Argelino que atacou esquadra era um vizinho "amável" e "cordial"
Abdelouahab Taib, o homem que foi morto esta segunda-feira de manhã pela polícia catalã depois de invadir uma esquadra de polícia com uma faca, é descrito como um bom vizinho, sempre com uma palavra cordial para com quem ele se cruzava. O argelino, de 29 anos, vivia em Sant Ildefons, em Cornella de Llobregat (Barcelona), num apartamento a apenas dois minutos a pé da estação de polícia onde entrou esta manhã a gritar: "Allahu Akbar", ou seja, "Deus é grande" em árabe.
A maioria dos vizinhos de Taib descrevem-no como um homem discreto, mas educado. Um morador do mesmo prédio disse ao jornal El Mundo que sempre o considerou "cordial" e "simpático"."Dava sempre os bons dias e segurava a porta para passarmos. Era muito amável", revelam.
A mulher de Abdelouahab Taib é uma espanhola, outrora cristã, mas que se converteu ao Islão há dois anos, algo que surpreendeu a vizinhança. Desde então começou a cobrir o corpo e a usar o véu. Também é descrita como uma boa vizinha e recordaram que esta tem duas filhas, de uma relação anterior com um homem de origem asiática.
Uma vizinha e conhecida da mulher de Taib revelou que o argelino "perdeu a cabeça" esta manhã e que terá ido até à esquadra "por motivos pessoais". O casal estava separado há uma semana e a mulher terá exigido a Taib que saísse de casa, uma vez que as filhas estavam a regressar de férias do Japão, onde tinham estado com o pai.
A mesma vizinha considera que se Abdelouahab Taib estava a planear um atentado, não teria ido sozinho à esquadra. "Quem faz algo assim já sabe que vai acabar morto", acrescentou.
Entretanto, o Ministério do Interior espanhol decidiu manter o nível de alerta terrorista em vigor - o 4 - que corresponde a um risco alto, vigente em Espanha desde junho de 2015 e que também não foi alterado após os atentados de há um ano em Barcelona e Cambrills, que fizeram 16 mortos. A escala de alerta espanhola tem cinco níveis.