O futuro Centro Multinacional de Treino de Helicópteros (MHTC, sigla em inglês) da União Europeia vai dar formação especializada a duas centenas de pilotos e tripulantes por ano a partir de 2023, soube na quarta-feira o DN junto de diferentes fontes..O gabinete do ministro João Gomes Cravinho, que na terça-feira confirmou a decisão de instalar o MHTC na base aérea de Sintra (BA1) após reunião com o diretor executivo da Agência Europeia de Defesa (EDA, sigla em inglês), estima que "pelo menos 200 pilotos e tripulantes" oriundos de 18 países - três dos quais não pertencentes à UE - estarão anualmente em aulas "na segunda fase" de implementação da escola..A Força Aérea, que vai transferir a esquadra de helicópteros EH-101 do Montijo para Sintra, adiantou ao DN que essa segunda fase - ligada à construção de edifícios próprios para o MHTC - "será atingida no final de 2022", pelo que no ano seguinte estará assim a funcionar em pleno..O MHTC irá concentrar vários dos objetivos ligados ao emprego de helicópteros em operações militares da UE que começaram a ser definidos em 2009 e estavam a ser desenvolvidos em diferentes países, com destaque para o centro existente na base aérea britânica de Linton-on-Ouse (donde vai sair para Sintra devido ao Brexit)..A exemplo de outras iniciativas europeias desenvolvidas na área da Defesa desde os anos 2000, o dos helicópteros nasceu da constatação de que os Estados membros, apesar do somatório de muitos aparelhos - "mais de 1700" - existentes no seu conjunto, tinham muitas lacunas ao nível das operações da UE..Falta de formação combinada para as tripulações, falta de equipamentos técnicos para os helicópteros e dificuldades de apoio logístico nas operações em curso foram algumas das conclusões a que chegaram os responsáveis da União, segundo a própria EDA..Formar instrutores.Esses esforços permitiram formar 59 instrutores táticos de cinco países, assim como 590 tripulantes de 12 países. Desde 2009 e em menos de uma década, de acordo com a EDA, foram também empenhados 243 helicópteros e 1590 tripulantes em exercícios militares europeus com aparelhos de asa rotativa em Portugal e noutros seis países: Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Hungria e Itália..Portanto, em rigor, o MHTC não vai formar pilotos ou tripulantes de helicópteros por se tratar essencialmente de "uma escola tática" destinada a militares já com as respetivas qualificações e futuros instrutores, precisou a Força Aérea..O MHTC, que vai funcionar na BA1 lado e lado com a Academia da Força Aérea, vai assentar a sua atividade no uso de simuladores táticos - cuja aquisição vai ser financiada pelos Estados membros participantes num valor "aproximado de 2,8 milhões de euros, indicou o ministério..Note-se que Portugal comprometeu-se a investir quatro milhões de euros na implementação do MHTC europeu em Sintra, numa área militar onde também funciona o Museu do Ar.."A novidade deste centro é que reúne três polos" - exercícios, treino dos pilotos e treino das tripulações - "que se encontravam em países diferentes. O MHTC fundirá todas estes polos de formação em Sintra, o que maximizará a qualidade do treino, melhorará a interoperabilidade, e traduzir-se-á numa eficiência de recursos", precisou o Ministério..Assim, além da componente de simuladores do curso de instrutores táticos de helicópteros da EDA dada no Reino Unido, também a fase dos exercícios de voo real ministrada na base sueca de Arvidsjaur (Lapland) também é transferida para Sintra - com a particularidade de se realizar alternadamente em Portugal e na Alemanha, explicou uma fonte do Ministério da Defesa..As três áreas de planeamento dos exercícios, sediadas em Bruxelas, ficarão igualmente instaladas na BA1 - estando por saber se foram feitas estimativas de qual será o retorno económico da instalação do MHTC na área de Sintra e em Lisboa..Uma dessas áreas do chamado Programa de Exercícios de Helicópteros (HEP, sigla em inglês) consiste na realização de simpósios - na Grécia, Holanda, Luxemburgo ou Áustria - para as tripulações europeias de helicópteros partilharem experiências e, entre outros tópicos, discutirem táticas, técnicas e procedimentos de emprego operacional..Além de Portugal, vão associar-se ao MHTC 14 países membros da UE - Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Eslovénia, Espanha, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, República Checa, Reino Unido, Suécia - e três externos à União: Sérvia, Suíça e Ucrânia..Todos esses países vão pagar "uma propina" por cada aluno, embora "a forma como os custos serão repartidos" ainda tenha de ser concretizada através de um acordo técnico que "ainda não está concluído", indicou a Força Aérea..Esse acordo deverá definir também os quantitativos de pessoal e de que nacionalidades irão formar o quadro de recursos humanos do MHTC - a exemplo dos quartéis-generais, centros e escolas da NATO como o Comando de Apoio e Projeção de Forças da NATO (STRIKFORNATO, sigla em inglês) em Oeiras ou o Centro de Análise Conjunta e Lições Aprendidas da Aliança em Lisboa..Note-se que em Oeiras está também a ser instalada a futura Escola de Comunicações e Sistemas de Informação (NCISS da NATO, ainda a funcionar em Itália..Maior prioridade aos helicópteros na Força Aérea.A decisão de instalar o MHTC na base aérea de Sintra surgiu no ano em que a Força Aérea assumiu a gestão dos meios aéreos - maioritariamente helicópteros - do Estado no combate aos fogos florestais, desde a fase dos concursos à operação e manutenção dos aparelhos a utilizar pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)..Acresce que a BA1 vai ter uma importância acrescida nesse domínio, com a programada transferência da esquadra de helicópteros EH-101 - missões de busca e salvamento, transporte - sediada no Montijo, por causa da construção do aeroporto complementar de Lisboa..Segundo fontes da Força Aérea, está ainda por confirmar em definitivo a prevista transferência da esquadra dos helicópteros ligeiros Koala (na base de Beja) para a BA1 - que, independentemente dessa decisão, recupera assim importância perdida há anos como base operacional do ramo.
O futuro Centro Multinacional de Treino de Helicópteros (MHTC, sigla em inglês) da União Europeia vai dar formação especializada a duas centenas de pilotos e tripulantes por ano a partir de 2023, soube na quarta-feira o DN junto de diferentes fontes..O gabinete do ministro João Gomes Cravinho, que na terça-feira confirmou a decisão de instalar o MHTC na base aérea de Sintra (BA1) após reunião com o diretor executivo da Agência Europeia de Defesa (EDA, sigla em inglês), estima que "pelo menos 200 pilotos e tripulantes" oriundos de 18 países - três dos quais não pertencentes à UE - estarão anualmente em aulas "na segunda fase" de implementação da escola..A Força Aérea, que vai transferir a esquadra de helicópteros EH-101 do Montijo para Sintra, adiantou ao DN que essa segunda fase - ligada à construção de edifícios próprios para o MHTC - "será atingida no final de 2022", pelo que no ano seguinte estará assim a funcionar em pleno..O MHTC irá concentrar vários dos objetivos ligados ao emprego de helicópteros em operações militares da UE que começaram a ser definidos em 2009 e estavam a ser desenvolvidos em diferentes países, com destaque para o centro existente na base aérea britânica de Linton-on-Ouse (donde vai sair para Sintra devido ao Brexit)..A exemplo de outras iniciativas europeias desenvolvidas na área da Defesa desde os anos 2000, o dos helicópteros nasceu da constatação de que os Estados membros, apesar do somatório de muitos aparelhos - "mais de 1700" - existentes no seu conjunto, tinham muitas lacunas ao nível das operações da UE..Falta de formação combinada para as tripulações, falta de equipamentos técnicos para os helicópteros e dificuldades de apoio logístico nas operações em curso foram algumas das conclusões a que chegaram os responsáveis da União, segundo a própria EDA..Formar instrutores.Esses esforços permitiram formar 59 instrutores táticos de cinco países, assim como 590 tripulantes de 12 países. Desde 2009 e em menos de uma década, de acordo com a EDA, foram também empenhados 243 helicópteros e 1590 tripulantes em exercícios militares europeus com aparelhos de asa rotativa em Portugal e noutros seis países: Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Hungria e Itália..Portanto, em rigor, o MHTC não vai formar pilotos ou tripulantes de helicópteros por se tratar essencialmente de "uma escola tática" destinada a militares já com as respetivas qualificações e futuros instrutores, precisou a Força Aérea..O MHTC, que vai funcionar na BA1 lado e lado com a Academia da Força Aérea, vai assentar a sua atividade no uso de simuladores táticos - cuja aquisição vai ser financiada pelos Estados membros participantes num valor "aproximado de 2,8 milhões de euros, indicou o ministério..Note-se que Portugal comprometeu-se a investir quatro milhões de euros na implementação do MHTC europeu em Sintra, numa área militar onde também funciona o Museu do Ar.."A novidade deste centro é que reúne três polos" - exercícios, treino dos pilotos e treino das tripulações - "que se encontravam em países diferentes. O MHTC fundirá todas estes polos de formação em Sintra, o que maximizará a qualidade do treino, melhorará a interoperabilidade, e traduzir-se-á numa eficiência de recursos", precisou o Ministério..Assim, além da componente de simuladores do curso de instrutores táticos de helicópteros da EDA dada no Reino Unido, também a fase dos exercícios de voo real ministrada na base sueca de Arvidsjaur (Lapland) também é transferida para Sintra - com a particularidade de se realizar alternadamente em Portugal e na Alemanha, explicou uma fonte do Ministério da Defesa..As três áreas de planeamento dos exercícios, sediadas em Bruxelas, ficarão igualmente instaladas na BA1 - estando por saber se foram feitas estimativas de qual será o retorno económico da instalação do MHTC na área de Sintra e em Lisboa..Uma dessas áreas do chamado Programa de Exercícios de Helicópteros (HEP, sigla em inglês) consiste na realização de simpósios - na Grécia, Holanda, Luxemburgo ou Áustria - para as tripulações europeias de helicópteros partilharem experiências e, entre outros tópicos, discutirem táticas, técnicas e procedimentos de emprego operacional..Além de Portugal, vão associar-se ao MHTC 14 países membros da UE - Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Eslovénia, Espanha, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, República Checa, Reino Unido, Suécia - e três externos à União: Sérvia, Suíça e Ucrânia..Todos esses países vão pagar "uma propina" por cada aluno, embora "a forma como os custos serão repartidos" ainda tenha de ser concretizada através de um acordo técnico que "ainda não está concluído", indicou a Força Aérea..Esse acordo deverá definir também os quantitativos de pessoal e de que nacionalidades irão formar o quadro de recursos humanos do MHTC - a exemplo dos quartéis-generais, centros e escolas da NATO como o Comando de Apoio e Projeção de Forças da NATO (STRIKFORNATO, sigla em inglês) em Oeiras ou o Centro de Análise Conjunta e Lições Aprendidas da Aliança em Lisboa..Note-se que em Oeiras está também a ser instalada a futura Escola de Comunicações e Sistemas de Informação (NCISS da NATO, ainda a funcionar em Itália..Maior prioridade aos helicópteros na Força Aérea.A decisão de instalar o MHTC na base aérea de Sintra surgiu no ano em que a Força Aérea assumiu a gestão dos meios aéreos - maioritariamente helicópteros - do Estado no combate aos fogos florestais, desde a fase dos concursos à operação e manutenção dos aparelhos a utilizar pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)..Acresce que a BA1 vai ter uma importância acrescida nesse domínio, com a programada transferência da esquadra de helicópteros EH-101 - missões de busca e salvamento, transporte - sediada no Montijo, por causa da construção do aeroporto complementar de Lisboa..Segundo fontes da Força Aérea, está ainda por confirmar em definitivo a prevista transferência da esquadra dos helicópteros ligeiros Koala (na base de Beja) para a BA1 - que, independentemente dessa decisão, recupera assim importância perdida há anos como base operacional do ramo.