A empresa Centro Integrado de Tratamento de Resíduos Industriais (CITRI) entregou ontem, dentro do prazo requerido, os esclarecimentos que lhe foram pedidos pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) relativos às três mil toneladas de resíduos importadas de Itália para processamento em Portugal..O pedido de esclarecimento da IGAMAOT foi feito na sequência dos resultados de análises que aquele organismo do ministério do Ambiente realizou, já em Portugal, aos resíduos, e que lhe suscitaram "dúvidas" em relação a um dos parâmetros, o Carbono Orgânico Dissolvido (COD). Além do pedido de esclarecimento, a IGAMAOT determinou a quarentena do lixo, que está depositado nas instalações da CITRI, na Mitrena, na Península de Setúbal..Na última terça-feira o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou no Parlamento que a IGAMAOT mandou fazer "análises físicas" aos resíduos por "uma empresa externa", cujos resultados, segundo o ministério do Ambiente "demoram uma a duas semanas", para serem depois confrontados com os valores das análises e o esclarecimento enviados pela empresa..Em comunicado, a CITRI garantiu ontem que vai "requerer formalmente à APA [Agência Portuguesa do Ambiente] a possibilidade de reciclar e valorizar os resíduos, uma vez que está comprovada a sua não perigosidade e ausência de contaminantes". A CITRI confirma ainda que todas as suas análises mostram que os resíduos não são perigosos..Como o DN noticiou no dia 3 de dezembro, a APA, que tem essa competência, autorizou a importação dos resíduos pela CITRI com base nas análises fornecidas pelas autoridades italianas, e que "já apresentavam níveis de COD semelhantes" aos das análises feitas pela IGAMAOT. Ou seja, com base em valores da mesma ordem de grandeza, a APA autorizou a importação e a IGAMAOT determinou a quarentena e pediu esclarecimentos. Agora vai ser preciso esperar pelos resultados das novas análises já feitas.