Nesta era de um futebol hiperindustrializado, a competição entre as marcas que se associam ao jogo é quase tão importante quanto a disputa entre as equipas no relvado. Por isso, nos últimos anos, a guerra entre as marcas de equipamentos desportivos para vestir (e calçar) equipas e jogadores ajudou a fazer disparar as verbas em redor do futebol para cifras milionárias. Neste Euro 2016, Adidas e Nike replicam o duelo que tem dominado a paisagem das grandes competições futebolísticas das últimas décadas: em conjunto, vestem 15 das 24 seleções do Europeu, com vantagem para a marca alemã (nove). Já em relação às chuteiras, a hierarquia inverte-se: domina a Nike, que calça 62% dos 552 jogadores da prova, contra 31% da Adidas..Com França, Inglaterra e Portugal como os seus principais "trunfos", a multinacional norte-americana fundada em 1964 como Blue Ribbon Sports (só adotou a designação Nike em 1971) procura ainda "ganhar" pela primeira vez um campeonato da Europa, enquanto a Adidas apareceu por sete vezes nos equipamentos dos campeões europeus, nas últimas oito edições, desde a França de 1984 até à Espanha de 2012 - hegemonia só interrompida pela inesperada vitória dinamarquesa com a Hummel, em 1992..A seleção nacional portuguesa já veste Nike desde 1997 e em 2014 renovou contrato com a marca norte-americana até 2018 (ano de Mundial, na Rússia) por valores não divulgados oficialmente mas estimados acima de 25 milhões de euros..Além de Adidas e Nike, que representam 62,5% do mercado das 24 seleções presentes neste Europeu, marcam presença na prova outras cinco marcas. A Puma, "irmã gémea" da Adidas - saíram ambas da casa mãe, a Gebrüder Dassler Schuhfabrik, em 1948, após a zanga dos irmãos Adolf e Rudolf Dassler -, equipa cinco seleções. Umbro, Macron, Errea e JOMA vestem uma equipa cada..Quase um duopólio nas chuteiras.O domínio de Nike e Adidas é ainda mais evidente nas chuteiras dos futebolistas presentes no Euro 2016: só 36 dos 552 jogadores não calçam uma destas duas marcas. Aqui, junto à relva, no entanto, é a Nike quem mais ordena, fornecendo modelos seus a dois terços dos atletas - 62%, contra 31% da rival alemã. À cabeça, está o capitão da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo, que se apresenta nos relvados franceses com o mais recente modelo da Nike Mercurial Superfly, o quinto modelo de chuteira preferido entre os futebolistas do Euro, segundo dados recolhidos pelo site especializado footpack..O avançado do Real Madrid, que também já tem ele próprio uma marca (CR7 footwear) que calça a seleção nacional fora dos relvados (numa parceria assinada antes deste Europeu), tem contrato com a Nike até 2019, num valor estimado recentemente pela Forbes de 11,5 milhões de euros anuais.