Na madrugada de 24 de junho, noite de São João, Nicol Quinayas, de 21 anos, foi brutalmente agredida por um segurança da empresa 2045 que estava a trabalhar como fiscal para os Serviços de Transporte da Cidade do Porto. De acordo com a jovem e várias testemunhas, o homem terá também proferido vários insultos racistas, como reporta hoje o DN. Ao início da tarde, após a publicação deste e outros relatos sobre o caso, nos quais se informa que a vítima apresentou queixa à PSP, a 2045 veio comunicar ter conhecimento da ocorrência e ter iniciado um processo de averiguações interno. Mas, ao contrário da STCP, que ontem certificou ao DN que aquele funcionário da 2045 se encontra suspenso - do serviço da transportadora, presume-se -- não esclarece se funcionário continua ao serviço nem que preveem as normas internas quando um funcionário é acusado de agressão.."Confirmamos a ocorrência nos STCP do Porto, na noite de S. João, pelas 5h30/6h00. A ocorrência foi comunicada à PSP que esteve presente no local. A 2045, S.A. iniciou um processo de averiguações interno que está a decorrer. A 2045, S.A. tem cerca de 3000 funcionários, entre vigilantes e colaboradores da estrutura, sendo que estão inseridos na equipa elementos de várias etnias sem qualquer tipo de descriminação de nacionalidade, religião, raça ou género.".Este é o conteúdo do mail que o DN recebeu em resposta a cinco perguntas efetuadas por escrito depois de, no início da tarde de 25 de junho, antes mesmo de conseguir chegar à fala com a jovem agredida, contactar a 2045. Nessa altura, Miguel Pinho, que se identificou como "gestor", recusou sequer confirmar se tinha conhecimento da situação e exigiu perguntas por escrito. O DN assim fez logo de seguida, solicitando à 2045 que confirmasse ou infirmasse a existência da agressão e se era verdade que a polícia tinha sido chamada ao local e a jovem levada ao hospital. Perguntámos também se o funcionário em causa continuava ao serviço. A 2045, que presta serviço aos Serviços de Transporte da Cidade do Porto e ao metro da cidade - assim como, desde Março, na Carris, em Lisboa -- na fiscalização de títulos de transporte, sendo também a empresa que faz a segurança da Academia do Sporting em Alcochete, não respondeu à pergunta. Outras duas questões ficaram sem resposta, a saber: "Testemunhas afirmam que além de ter perpetrado a agressão o vosso funcionário também chamou "preta" à jovem e a uma companheira e disse-lhes "volta para o teu país". A confirmar-se esta conduta, que consequências prevê a 2045?"; "Que consequências preveem as normas internas da 2045 num situação de agressão perpetrada por um funcionário?".O DN contactou também, via Facebook, um funcionário da 2045 que testemunhas identificam como o "pica" em causa, perguntando se era o indivíduo envolvido na ocorrência e se queria apresentar a sua versão. A pessoa, cujo rosto é muito semelhante ao mostrado em fotografias do agressor a que o DN teve acesso, leu a mensagem e bloqueou o emissor.