Terry Branstad, que foi nomeado para o cargo em 2017, confirmou a sua decisão durante um telefonema com Donald Trump, na semana passada, segundo um comunicado difundido hoje pela Embaixada dos EUA em Pequim..A embaixada não esclareceu os motivos da sua partida.."Do que tenho mais orgulho no nosso trabalho é termos conseguido o acordo comercial 'fase 1' e entregado resultados tangíveis", disse durante uma reunião com a equipa na embaixada..O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha já sugerido que o embaixador estava de saída, através de uma mensagem difundida na rede social Twitter a agradecer a Branstad.."O embaixador Branstad contribuiu para reequilibrar a relação entre EUA e China, para que seja orientada para resultados, recíproca e justa", escreveu Pompeo..Pompeo revelou, na semana passada, que o jornal oficial do Partido Comunista da China, o Diário do Povo, se recusou a publicar um artigo de Branstad, enquanto o embaixador da China nos Estados Unidos "está livre para publicar em qualquer meio de comunicação" norte-americano..Não é claro se a saída está relacionada com aquela polémica..Pequim promete represálias após Trump aprovar lei que apoia protestos em Hong Kong.O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que o artigo de Branstad estava "cheio de lacunas, era gravemente inconsistente com os factos e atacava e difamava a China"..A embaixada norte-americana contactou o Diário do Povo, a 26 de agosto passado, a pedir que o artigo fosse impresso na íntegra, sem edição pelo jornal, até 4 de setembro..Branstad, de 73 anos, foi governador do estado de Iowa por duas vezes, entre 1983 e 1999, e entre 2011 e 2017. O diplomata serviu em Pequim desde 2017, num período de rápida deterioração das relações entre China e EUA..Trump nomeou o embaixador após um período de dois meses durante o qual ninguém preencheu a posição. O funcionário número dois da embaixada, David Rank, renunciou após ter criticado a retirada dos EUA do acordo de Paris para o clima..Nos últimos anos, as relações comerciais deterioraram-se, à medida que os EUA impuseram taxas alfandegárias sobre os produtos chineses, e a China retaliou na mesma moeda. Outras disputas seguiram-se sobre tecnologia, direitos humanos e a resposta à pandemia do novo coronavírus..Branstad juntou-se ao representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, e ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, durante as negociações comerciais com os seus homólogos chineses, em Pequim, em maio de 2019..O acordo "fase 1", alcançado em janeiro deste ano, representou uma trégua, mas não atendeu às principais reclamações de Washington..A declaração da Embaixada dos EUA em Pequim também observou o papel de Branstad no esforço para reduzir o fluxo de fentanil da China para os Estados Unidos, incluindo um pacto de 2018 no qual a China concordou em classificar o opioide como substância controlada.