Embaixador da Coreia do Norte pede asilo político
Jo Song Gil, o embaixador interino da Coreia do Norte na Itália, pediu asilo para si e para a sua família num país ocidental não identificado, noticiou na quinta-feira o diário sul-coreano JoongAng Ilbo, citando fontes diplomáticas em Seul.
Segundo uma das fontes citadas pelo jornal, o pedido de asilo ocorreu no início do mês passado. Segundo ainda a mesma fonte, este caso é considerado uma dor de cabeça para as autoridades italianas. No entanto, o diplomata está protegido num "lugar seguro".
Jo, de 48 anos, é o representante de Pyongyang em Roma desde outubro de 2017, quando a Itália solicitou ao embaixador da Coreia do Norte, Mun Jong-Nam, para deixar o país, como forma de protesto contra o lançamentos de mísseis balísticos e testes nucleares conduzidos por Pyongyang.
Jo será "filho ou genro de um dos mais altos funcionários do regime de Pyongyang", avançou o JoongAng. É política do regime norte-coreano separar os diplomatas das famílias para desencorajá-los de desertar quando são enviados para o exterior. Jo Song Gil, no entanto, chegou a Roma em maio de 2015 com a mulher e filhos, sugerindo o jornal que pode ser de uma família privilegiada.
Esta será a deserção mais importante dos últimos anos. Em 2016, foi a vez do número dois da embaixada norte-coreana no Reino Unido, Thae Yong-Ho, Na altura Thae justificou o seu pedido de asilo pelo desejo de oferecer um futuro melhor para os três filhos.
A deserção para um país ocidental de Jo Song Gil dá-se numa altura em que o presidente norte-americano afirmou ter recebido uma "grande carta" por parte do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Donald Trump não revelou o conteúdo da missiva, tendo antes preferido dizer que os dois líderes estabeleceram "uma boa relação". Não avançou com uma data para um segundo encontro, mas deixou no ar que "muitas coisas boas estão a ser preparadas".