Em Portugal a canábis está de volta aos hábitos

Portugal é utilizado pelas redes de tráfico como plataforma logística para colocar droga na Europa. Consumo está estável
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Zona de abastecimento dos mercados europeus. Estas definições mostram a importância de Portugal para os traficantes que tentam colocar na Europa heroína, ecstasy, cocaína ou haxixe. Num negócio que, segundo as polícias, serve para fornecer os grandes mercados de retalho europeus de droga utilizando cidadãos nacionais como apoio na estrutura logística do tráfico.

No país existem duas vertentes de consumo: a canábis está novamente a entrar nos hábitos dos consumidores e a utilização do haxixe e da cocaína tem-se mantido estável, sendo as drogas preferidas dos portugueses, tal como o ecstasy .

Os dados mais recentes do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), referentes a 2014, mostram que na população adulta (15-34 anos) tanto os consumos recentes como a taxa de continuidade se mantém acima da população total, mas no total dos consumidores há uma tendência para uma redução. Segundo o documento, 0,7% da população entre os 15-64 anos e 1,2% da população jovem adulta apresentavam sintomas de dependência de canábis nos últimos 12 meses antes da recolha de elementos para o estudo.

Quanto às origens da droga que entra no mercado nacional para consumo interno, há dois blocos: heroína e ecstasy têm origem em Espanha e Holanda (chegam a Portugal por via terrestre e aérea]; já a cocaína e haxixe vêm dos continentes africano e sul-americano (via marítima).

De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna referente a 2014 (o mais recente), as autoridades têm estado particularmente atentas ao tráfico com origem em África e que conta com apoio de grupos criminosos em Portugal, frisando o documento que essas redes juntam a este o negócio da imigração ilegal, pois espalham-se para a África Austral e Oriental.

Nesta placa giratória em que Portugal é utilizado pelos grupos, passam pelo país os químicos de que os grupos necessitam para processar a droga antes de a colocar no mercado, principalmente os gangues que têm como área de intervenção a América Latina.

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