Eliseu vai ganhar substituta para a Vespa do 36

Carlos Simões, proprietário da agência publicitária que decorou a vespa do lateral, conta ao DN como surgiu a ideia e revela que o jogador vai receber uma mota nova
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Surgiu completamente de surpresa e rapidamente se tornou a estrela da festa, ganhando uma notoriedade que galgou até fronteiras - ainda ontem a BBC questionava se esta não terá sido a melhor celebração de sempre. A lambreta de Eliseu, decorada propositadamente para festejar o 36.º título do Benfica (o inédito tetra das águias), conquistou de tal forma o coração dos benfiquistas que já ganhou até lugar no Museu Cosme Damião, ao lado da taça de campeão nacional conquistada no último sábado.

Depois de a empresa Digital Decor ter publicado nas redes sociais algumas fotografias a dar conta das várias etapas de transformação da mota, assumindo a autoria do trabalho, o DN procurou saber de onde surgiu afinal a ideia de fazer entrar o motociclo nas festividades do tetra encarnado. Carlos Simões, proprietário da agência publicitária, responde: "A ideia foi do próprio Eliseu. Ele é um colecionador, tem algumas motas e esta Vespa antiga é uma relíquia, de 1967, que pertencia à coleção dele."

A ideia já germinava há algum tempo, mas foi na segunda-feira a seguir à vitória do Benfica frente ao Rio Ave, em Vila do Conde - que deixou os encarnados a uma vitória do tetra -, que Carlos Simões recebeu um telefonema conclusivo de Eliseu, com o desafio: "Queres transformar isto na mota do 36?" "Isto" era a tal Vespa velhinha a precisar de um grande restauro e uma boa dose de imaginação para se transformar na inesperada estrela da festa benfiquista.

"Não estava à espera da repercussão que isto teve. Nem nós nem o próprio Eliseu", concede Carlos Simões, que já falou com o esquerdino depois da festa de sábado, que, recorde-se, terminou com o jogador a fazer "coreografias" com a mota no Marquês de Pombal. Um cenário que não tinha sido colocado à partida, mas depois de sucesso da performance de Eliseu com a lambreta no relvado e no balneário da Luz esta tornou-se a "mascote" indispensável dos festejos do tetra.

"Ele só me disse: "Eu vou levá-la para o relvado, custe o que custar."" Não custou assim tanto. O Benfica não cortou asas à vontade de Eliseu e a Digital Decor, que tratou de toda a festa encarnada, pôs as mãos à obra. Mas só na madrugada anterior: "Até à meia-noite de 6.ª feira a mota estava exatamente como ele a entregou. Só à uma da manhã pegámos nela e fizemos aquele trabalho. Deixámos uma parte branca propositadamente para os jogadores, treinadores e o próprio presidente assinarem, porque o Eliseu tinha pedido para ficar com esta recordação do título. Mas entretanto..."

Entretanto, a popularidade da lambreta do 36 fugiu ao controlo do próprio Eliseu e ganhou um cantinho no museu do Benfica, com a anuência feliz do lateral. O jogador, esse, vai ganhar uma substituta. E não se trata apenas da miniatura oferecida pelo autarca de Lisboa, Fernando Medina, durante a receção encarnada nos Paços do Concelho. "A Vespa já nos contactou a disponibilizar-se para oferecer outra mota ao Eliseu", revela Carlos Simões, cuja agência já trabalha com o Benfica desde 2002, além de fazer trabalhos também para a Federação (tratou das operações todas em volta do último título europeu) e para a Liga de Clubes.

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