Atirou água a ferver a um casal gay que estava a dormir

Martin Blackwell queimou o enteado e o namorado enquanto eles dormiam porque não queria "homossexualidades" em casa
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Um homem foi condenado esta quarta-feira, na Georgia, Estados Unidos, por ter atirado água a ferver a um casal gay que estava a dormir. Martin Blackwell enfrenta uma pena de até 80 anos de prisão, após o tribunal ter descrito o ato como perverso e premeditado.

Tudo aconteceu a 12 de fevereiro. O casal de namorados Anthony Gooden e Marquez Tolbert estava a dormir quando Martin entrou no quarto e lhes atirou com água a ferver. Os dois acordaram aos gritos.

"Eu acordei com a dor mais inimaginável que senti em toda a minha vida", testemunhou Marquez, em tribunal, a chorar. "Eu não percebia o que estava a acontecer", continuou, segundo o New York Daily News.

Martin Blackwell terá ainda dito após ter atirado a água "saiam da minha casa com a vossa homossexualidade".

Anthony e Marquez ficaram gravemente feridos e foram submetidos a várias cirurgias. Marquez ficou 10 dias internado no hospital e Anthony cerca de um mês, para além de ter passado duas semanas em coma induzido.

Os dois trabalhavam juntos e namoravam há um mês, na altura do ataque. Eles tinham ido dormir a casa de Anthony após terem feito o turno da noite.

Martin era namorado da mãe de Anthony há dois anos e de vez em quando dormia na casa dela, pois era camionista e passava pouco tempo na cidade. Pouco tempos antes do ataque, Anthony tinha revelado à família que era gay, notícia que não foi bem recebida por Martin.

Naquele dia, Martin deu dinheiro às outras filhas da namorada para irem comprar comida. Quando as adolescentes saíram de casa, o padrasto meteu uma panela com água no fogão e esperou que fervesse, segundo o procurador.

Wayne Hood, o polícia que foi chamado ao apartamento após o incidente, afirmou em tribunal que Martin lhe dissera que na altura o enteado e o namorado estavam a fazer sexo. Martin disse ainda ao polícia que apenas "lhes atirou um bocado de água quente".

Anthony disse em tribunal que o casal nunca tinha feito sexo.

O estado da Georgia não tem legislação específica para crimes de ódio, mas o FBI abriu uma investigação que trata o caso como tal, segundo a imprensa americana. Martin Blackwell foi acusado de agressão e ofensas corporais graves.

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