"El Mundo" diz que roubo em Tancos está ligado ao tráfico de armas. MAI desmente

Jornal espanhol cita fonte do ministério do Interior de Espanha. "Não corresponde à verdade", diz gabinete de Constança Urbano de Sousa
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O assalto ocorrido em Tancos, na passada quarta-feira, poderá estar ligado a uma rede de crime organizado e tráfico de armas e não ao jihadismo e terrorismo.

A notícia é avançada pelo El Mundo que cita fonte do ministério do Interior espanhol. Está terá sido a informação dada por Constança Urbano de Sousa, ministra portuguesa da Administração Interna, ao seu homólogo espanhol, Juan Ignacio Zoido.

A ministra reuniu-se com os responsáveis das mesmas pastas em Espanha, França e Marrocos, numa reunião, esta segunda-feira, em Sevilha, na sequência do G4. De França, no entanto, participou na reunião o embaixador de França em Espanha, Ives Saint-Geours.

A ministra da Administração Interna disse esta segunda-feira ao seu homólogo espanhol que as autoridades portuguesas estão a "fazer tudo" para investigar o furto de material de guerra em Tancos, investigação que está a cargo da PJ.

Constança Urbano de Sousa esclareceu o ministro do Interior de Espanha que as investigações estavam a cargo da Polícia Judiciária, tutelada em Portugal pelo Ministério da Justiça, pelo que "não dispunha, nem podia dispor de informações detalhadas sobre investigações em curso", refere uma declaração escrita do Ministério da Administração Interna (MAI) enviada à agência Lusa.

Na declaração enviada à Lusa, o Ministério da Administração Interna refere que a notícia do El Mundo "não corresponde à verdade".

Na reunião do G4, a ministra portuguesa afirmou que "as autoridades portuguesas estavam a fazer tudo o que estava ao seu alcance para investigar este caso".

O Exército revelou na sexta-feira que entre o material de guerra furtado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos.

O chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, anunciou no sábado que afastou provisoriamente os cinco comandantes de unidades do campo militar para não interferirem com os processos de averiguações sobre o caso.

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Assunção Cristas pede a Costa que demita ministros da Defesa e da Administração Interna

"Estes ministros não souberam estar à altura das suas responsabilidades, as demissões são inevitáveis e temos de o dizer sem hesitações e sem rodeios: senhor primeiro-ministro, volte e demita-os", exigiu Assunção Cristas, após ser recebida, a seu pedido, em Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A líder do CDS-PP falava sobre os ministros da Defesa e da Administração Interna, na sequência dos acontecimentos em Tancos e da gestão da crise dos incêndios.

Há "uma crise de autoridade, há uma crise de comando" e há "uma crise de confiança" e esta "só será resolvida com a demissão destes ministros", acrescentou.

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