"É preciso ser sábio para encontrar a felicidade nos pequenos nadas da vida"

O famoso questionário Proust respondido pelo diretor do Teatro Politeama, Filipe La Féria.
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A sua virtude preferida?
O talento. Muitos julgam ter, outros nunca o terão.

A qualidade que mais aprecia num homem?
A honestidade, tão rara nos nossos dias.

A qualidade que mais aprecia numa mulher?
A honestidade e a solidariedade de género.

O que aprecia mais nos seus amigos?
Terem paciência para me aturar, virtude que muitas vezes eu já não tenho.

O seu principal defeito?
A teimosia. Sou totalmente obcecado quando faço um espetáculo.

A sua ocupação preferida?
O teatro. É o ar que respiro.

Qual é a sua ideia de "felicidade perfeita"?
É preciso ser sábio para encontrar a felicidade perfeita nos pequenos nadas da vida.

Um desgosto?
O desrespeito que há neste país pela cultura. Um país sem cultura tem a morte anunciada.

O que é que gostaria de ser?
O que sou.

Em que país gostaria de viver?
Num Portugal livre, mais solidário, mais democrático e tolerante.

A cor preferida?
Todas para além do arco-íris.

A flor de que gosta?
Todas as flores têm poesia.

O pássaro que prefere?
O faisão, lindo com as suas penas. Tenho um casal.

O autor preferido em prosa?
Todos os que me fizeram amar a poesia em todas as línguas.

Poetas preferidos?
Camões, Cervantes, Pessoa, Neruda, Cesário, Shakespeare e todos os que me fazem suportar a falta de poesia deste país.

O seu herói da ficção?
Jean Valjean, d"Os Miseráveis, ou D. Quixote.

Heroínas favoritas na ficção?
Madame Bovary, Flaubert dizia que ela era ele.

Os heróis da vida real?
Os que lutam e sobrevivem à impiedade de um mundo injusto e absurdo.

As heroínas históricas?
As Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos.

Os pintores preferidos?
Todos, de todas as épocas. Do Velasquez ao Picasso. De Andy Warhol a Júlio Pomar.

Compositores preferidos?
Mozart, Rossini, Verdi e todos, incluindo Cole Porter, Richard Rodgers ou Stephen Sondheim.

Os seus nomes preferidos?
Os palavrões, para chamar aos aldrabões e corruptos.

O que detesta acima de tudo?
A hipocrisia e a estupidez.

A personagem histórica que mais despreza?
Os ditadores, todos e de todas as épocas.

O feito militar que mais admira?
Sou profundamente antimilitarista.

O dom da natureza que gostaria de ter?
A renovação: depois do inverno haver outra primavera.

Como gostaria de morrer?
Não estando eu lá.

Estado de espírito atual?
Sou sonhador. Amo a vida e o teatro, que é o espelho da vida.

Os erros que lhe inspiram maior indulgência?
Os que são cometidos pelos vencidos.

A sua divisa?
Amanhã é um novo dia.

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