E ao segundo disco chega uma das desilusões do ano

A dupla britânica Hurts acaba de lançar o seu segundo álbum, 'Exile', no qual não conseguem manter as qualidades da sua estreia, 'Happiness'.
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Artista: Hurts

Álbum: 'Exile'

Editora: Sony Music

Classificação: 2/5

Em 2010 os Hurts sugiram de rompante com uma das mais belas obras pop desse ano: Happiness. O título do disco acabava por ser um paradoxo face à austera desolação que dominava as canções da dupla. Já o dramatismo intenso que a imagem do grupo transmitia era o reflexo perfeito da sua música.

Passados três anos essa saudável teatralidade dos Hurts mantém-se o seu pé de Aquiles mas, infelizmente, acabaram por se afundar no seu próprio dramatismo. Onde dantes existia uma sensibilidade pop apurada que não se distanciava de algumas boy bands britânicas dos anos 90 (Take That à cabeça), aliada a uma austeridade dramática, já neste Exile faltam as canções memoráveis.

A tendência épica que no passado devia muito a uma personalidade teatral, desta vez tenta aproximar-se de uma pop de estádio característica de uns Coldplay (oiça-se Somebody to Die For) o que, só por si, não traz nada de abonatório ao grupo, além de que não conseguem concretizar essa ambição sem cair num mar de lugares comuns. Aliás, as soluções encontradas para certas canções acabam por ser não só previsíveis ,mas até mesmo preguiçosas na sua concretização, como é o caso de Sandman. Já a introdução de guitarras quase industriais (a trazer à memória uns Nine Inch Nails bem mais domesticados) dispersa o potencial pop das canções.

Existem algumas (poucas) excepções aos constantes tiros nos pés que os Hurts vão dando ao longo deste Exile. No final resta concluir que este regresso da dupla é uma das grandes desilusões deste primeiro trimestre de 2013.

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