Duzentos manifestaram-se no Porto contra moção de rejeição

Concentração sob o lema "Não a uma moção de rejeição" juntou sobretudo militantes do PSD, que apareceram com bandeiras e cachecóis de Portugal
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À hora marcada, 15.30, não estavam os cinco mil que confirmaram presença no Facebook, mas apenas duzentos na Praça D. João I, no Porto.

No mesmo local onde a coligação Portugal à Frente fez um dos maiores comícios da campanha eleitoral, há pouco mais de um mês, era pouca a adesão à manifestação com o lema "Não a uma moção de rejeição", que pretende nas ruas prestar apoio ao governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Eram sobretudo militantes de base do PSD, a maioria estreantes em manifestações. Muitos traziam bandeiras de Portugal; da república e mas também da monarquia.

Gente militante como Joana Valério, que há um mês fazia campanha pela PAF e há dois anos andava nas ruas ao lado de Luís Filipe Menezes, na campanha autárquica. Agora, coube-lhe a ela a iniciativa de lançar o evento nas redes sociais.

"Vim com um cachecol de Portugal porque sou uma cidadã indignada", disse ao DN. Figuras conhecidas do PSD eram poucas. Ricardo Almeida, ex-presidente da concelhia do Porto, era o único militante que já teve funções diretivas no partido.

Não queria falar, mas lá acedeu para dizer que nos últimos anos não esteve em nenhuma iniciativa de rua: "As que aconteceram foram contra o PSD e contra o governo. Sou apoiante acérrimo de Passos Coelho e acredito no bom trabalho que ele fez."

A manifestação foi pacífica: discursos, palavras de ordem, hino de Portugal. Agressividade só no discurso de alguns.

Como António Lima, técnico comercial e militante do PSD, que veio de Santa Maria da Feira para "mostrar revolta".

"Estou contra a atitude de António Costa, contra o Partido Comunista, apesar de eles manterem alguma coerência em alguns assuntos, e sobretudo contra o Bloco de Esquerda. O grosso da coluna daquilo que está no BE é um bando de canalhas que mereciam de ser corridos a pontapé e responsabilizados por aquilo que estão a fazer ao país", diz António Lima, que aos 49 anos reconhece que esta é a primeira vez que encontrou um motivo para vir para a rua. "A primeira "manifestação" em que estive foi o comício da PAF em Santa Maria da Feira", revela.

O tom era de crispação neste e noutros manifestantes e também de desilusão por ter aparecido muito menos gente do que a que era esperada.

Terça-feira há nova manifestação, sob o mesmo lema, mas em Lisboa, à porta da Assembleia da República.

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