Duran Duran marcaram regresso aos anos de 1980 em pleno Rock in Rio
17 anos depois do último concerto em Lisboa, Duran Duran regressaram em grande para mostrar de que é feita a música pop. A banda que marcou fortemente o panorama musical há quarenta anos arrebatou o palco do Rock in Rio com Wild Boys - hit que deu um início estrondoso ao último concerto do Palco Mundo, num dia que contou com mais de 70 mil pessoas.
Simon Le bon, Nick Rhodes, John Taylor e Roger Taylor mostraram uma energia que aumentava à medida que o concerto avançava. E nem mesmo quando se começava a notar o cansaço na voz de Simon, de 63 anos, isso fez com que o espetáculo perdesse qualquer qualidade para todos os fãs que dançaram durante mais de 90 minutos.
Com A View to a Kill, memórias de 1985 e James Bond de Roger Moore fizeram o público energeticamente gritar "dance into the fire". Já Ordinary World foi sinónimo de "esperança na humanidade" numa mensagem de Simon Le Bon dirigida ao povo ucraniano. "Desejamos-vos amor, vida, felicidade e sucesso", disse, relembrando as atrocidades que ocorrem diariamente na Ucrânia. A atual guerra não ficou indiferente no Parque da Bela Vista, onde a bandeira do país dominou os grandes ecrãs do palco.
Girls on Film mereceu um inesperado medley com Acceptable in the 80's do DJ escocês Calvin Harris. E em Save a Prayer o público fez questão de responder ao apelo por paz com milhares de luzes que iluminaram o recinto.
Já depois do esperado encore, Rio encerrou o alinhamento de 19 êxitos new wave e deixou um público muito satisfeito. Afinal, as altas expectativas foram mesmo superadas.
"Boa noite, Lisboa, tudo bem?". Num português quase perfeito Morten Harket dava as boas-vindas aos milhares de pessoas que por volta das 21h00 já se encontravam coladas ao Palco Mundo.
Num dia marcado por bandas dos anos 1980, os noruegueses A-ha estrearam-se em Portugal num concerto geralmente calmo, mas que foi ganhando força.
A balada Crying in the Rain deu lugar a um momento comovente e dedicado às vítimas de um tiroteio ocorrido horas antes em Oslo e que provocou dois mortos e dezenas de feridos. "Hoje foi um dia triste na Noruega", disse o frontman.
Em Hunting High and Low chegou a vez de dar voz ao público que vibrou e entoou, sem que fosse preciso qualquer acompanhamento. Mas foi a célebre Take On Me que fez com que todos saltassem em êxtase ao som da memorável melodia no piano.
Em pleno final de tarde, UB40 e Ali Campbell subiram ao palco para dar início ao ambiente de festa que se fazia sentir no Rock in Rio. Com Here I am iniciaram o concerto num ambiente descontraído. "Viemos aqui para celebrar", disseram.
Ali Campbell, com 63 anos, encantou o público com a sua voz (que parece não ter envelhecido), mas foi "Uncle Frank", o produtor cujo panamá vermelho combinava com os milhares de chapéus laranjas que caracterizam esta edição do RIR, que realmente cativou o público e o levou dançar.
A banda britânica de reggae apresentou ainda uma versão diferente de Purple Rain, de Prince, que juntamente com os singles Red Red Wine e Can't Help Falling in Love fizeram o público saltar e cantar.
Ainda assim, este foi um espetáculo focado no amor. Beijos e abraços entre casais apaixonados que apareciam com frequência nos ecrãs caracterizaram 1 hora de espetáculo sempre animado.
Os britânicos Bush abriram as portas do Palco Mundo ainda de tarde, quando muitos visitantes aproveitavam para conhecer o recinto. Kingdom deu início ao espetáculo que terminou em Comedown.
Num ambiente rock que contrastou com o ritmo reggae e pop dos outros artistas do cartaz, o vocalista e guitarrista Gavin Rossdale praticamente invadiu a multidão numa demonstração de empatia para com os seus fãs que vibraram ao som dos êxitos da banda.
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