Luís Duque pede segundo mandato a Varandas para festejar o bicampenato e o regresso de Ronaldo

Em 2011 Luís Duque contratou Frederico Varandas para ser médico dos juniores. Dez anos depois, diz que o título de campeão e os títulos europeus de futsal e hóquei são "determinantes" para a recandidatura às eleições de 2022
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No espaço temporal de 13 dias o Sporting conquistou o título de campeão nacional de futebol, ao fim de 19 anos, e dois títulos europeus, em futsal e hóquei em patins. Uma conjugação de conquistas rara em quase 115 anos de história e que coloca Frederico Varandas como um dos presidentes mais bem sucedidos em Alvalade no primeiro mandato - em menos de três anos fez o pleno no futebol com cinco troféus ganhos (um campeonato, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e uma Supertaça).

O líder leonino chegou ao Sporting em 2011 para ser médico dos juniores, pela mão de Luís Duque que, entre elogios, o lança agora para um segundo mandato, para festejar bicampeonato e promover o regresso de... Ronaldo.

"Para começar é bom lembrar que o Sporting sempre foi conhecido pelo seu ecletismo. Tem 39 título europeus em várias modalidades e só um no futebol [a Taça das Taças, em 1964]. Os títulos europeus de futsal e de hóquei em patins são reflexo dessa aposta de vários anos, agora com maior expressão, tendo em conta a proximidade com o título nacional no futebol", lembrou Duque.

Estes títulos serão "determinantes" para uma reeleição. "O grande candidato nas eleições de 2022 é o Frederico Varandas. Depois de materializar o trabalho em títulos ele é o candidato ideal. É o líder incontestado do clube e merece reconhecimento pelo trabalho que fez. Conseguiu fazer um belíssimo trabalho na SAD e no clube. Nesta altura, ninguém se atreveria a ir a votos com ele e, se o quisesse fazer, teria de começar já a percorrer esse caminho. E, mesmo assim, não será fácil, depois da manifestação de união em torno do Sporting e da direção de Varandas", avançou o antigo dirigente do Sporting.

Luís Duque esteve ligado ao título de 1999-2000, que quebrou um jejum de 18 anos. Depois disso, o clube só tinha ganho mais um campeonato (2001-02) antes do conquistado na semana passada. O Boavista intrometeu-se na época 2000-01 e evitou o bicampeonato, algo que Duque pede agora a Varandas: "O importante é ganhar já o próximo campeonato. Não só porque já não somos bicampeões há mais de 60 anos, mas para criar novos hábitos de vitória. Precisamos de regularidade de títulos, não pode ser de vinte em vinte anos."

Além do bicampeonato, o antigo chefe do futebol do Sporting, pede ainda o regresso de... Ronaldo. "Como eu acredito que Varandas irá a votos, terá mais um mandato para preparar o regresso de Cristiano Ronaldo. Não estou a dizer para já, mas daqui a uns três ou quatro anos seria extraordinário. Gerou-se uma enorme expetativa com essa possibilidade e, se o conseguisse trazer para terminar a carreira no Sporting, seria um feito notável", assumiu o advogado, em jeito de pedido.

Eleito numa luta a seis em 2018, o atual presidente colheu o voto de Luís Duque e não o defraudou. "Fiz declarações de apoio público na altura. Conhecia-o. Sabia do seu profissionalismo e o seu sportinguismo. Foi pela minha mão que ele veio para o Sporting, quando era médico do V. Setúbal e não tive dúvidas quando ele se apresentou como candidato", revelou ao DN.

Para ele, Varandas teve um "papel extraordinário" na recuperação do clube e do futebol, em particular depois do "vergonhoso" ataque à Academia, em Alcochete, em maio de 2018: "Ele emerge no rescaldo desses tristes acontecimentos. Venceu uma eleição muito concorrida e herdou um clube partido e com muitas capelinhas, mas com trabalho discreto conseguiu colocar o clube a falar a uma só voz e uma só vontade."

Falar pouco e aparecer ainda menos "é estratégico", segundo Luís Duque. "O clube vinha de uma presidência muito mediática, desgastada publicamente e com a cultura do bate boca público e Varandas fez exatamente o contrário. E foi com serenidade e trabalho que uniu os sportinguistas. Não tem nada de andar sempre a falar, deve fazê-lo nas alturas importantes e dar a cara quando tiver de ser, seja na Liga, nas Assembleias Gerais ou nos momentos de decisão", elogiou Luís Duque, admitindo que gostava que ele parecesse menos nervoso quando fala em público: "Com a experiência vai aprender a lidar com isso."

As apostas iniciais no futebol deixaram a desejar, afinal, contratar o holandês Marcel Keizer foi surpreendente e acabou por não dar resultado, tal como Jorge Silas. Num ano, o Sporting chegou a ter cinco treinadores, mas "acertou na aposta em Rúben Amorim" e superou todas as más decisões anteriores.

"Essa é uma bela maneira de mostrar como os mandatos devem ser apreciados na globalidade. Não podemos ter eleições e, passados dois meses, já estar a contestar opções e projetos. Ele impôs o seu espaço e o seu tempo. Tinha um prazo legitimado por uma eleição e finalmente acertou", na opinião de Luís Duque.

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