Duas pessoas detidas em operações antiterrorismo na Bélgica
As autoridades belgas detiveram hoje duas pessoas no seguimento de operações antiterrorismo em Bruxelas e em Liege, no sudeste da Bélgica, anunciou um responsável da Procuradoria federal do país.
A polícia fez buscas a duas casas nos bairros de Haren e Schaarbeek, em Bruxelas, e na cidade de Liege, na região francófona da Valónia, acrescentou a mesma fonte em comunicado.
"Duas pessoas foram detidas e vão ser interrogadas pelos investigadores", explicou o mesmo responsável, acrescentando que um juiz vai decidir mais tarde sobre se prolonga ou não o período de detenção.
Um juiz especializado em casos de terrorismo ordenou as operações "no seguimento de uma investigação federal ainda em curso às atividades de um grupo terrorista", realça-se no comunicado.
A televisão belga RTBF noticiou que os dois detidos são um homem de 28 anos e a sua companheira.
Ainda de acordo com as fontes (não identificadas) da RTBF, o homem detido tinha participado ativamente num 'chat' na aplicação Telegram (encriptada), no qual teria indicado que se estava a preparar para realizar um atentado".
O homem teria ficha na polícia por ligações a atividades criminosas, mas não por ligação a atos terroristas, indicou ainda a RTBF.
As autoridades belgas estão a tentar perceber se há ligações entre os utilizadores do Telegram recentemente detidos em França e o homem detido hoje na Bélgica.
Na quarta-feira, um adolescente foi detido no decorrer de uma operação na zona nordeste de Paris dirigida contra a rede do extremista francês Rachid Kassim, com quem o jovem teria estado em contacto - através do Telegram - sobre um atentado terrorista.
Os 'jihadistas' que alegadamente planearam e executaram os ataques terroristas em Paris, a 13 de novembro (que mataram 130 pessoas e deixaram feridas centenas de outras), cresceram e radicalizaram-se na Bélgica.
Em março, 'jihadistas' ligados a uma célula de Paris realizaram atentados à bomba suicidas em Bruxelas, matando 32 pessoas num terminal de aeroporto e numa estação de metro perto da sede da União Europeia.
Ambos os ataques, em Paris e Bruxelas, foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.