DSK volta hoje ao banco dos réus. Mesmo assim franceses preferem-no a Hollande
Dominique Strauss-Kahn tem 18 dias para convencer os juízes do tribunal de Lille da sua inocência. 18 dias a partir de hoje para provar que não sabia que as mulheres que frequentavam as festas nas quais participou entre 2008 e 2011 eram prostitutas pagas pelos seus serviços. 18 dias para negar qualquer envolvimento numa rede de prostituição e livrar-se da acusação de proxenetismo agravado que pode valer uma pena de dez anos de prisão e multa de 1,5 milhões de euros ao ex-diretor do Fundo Monetário Internacional caído em desgraça em 2011 após ser detido nos EUA por suspeita de violar uma empregada de hotel em Nova Iorque.
Segundo os media franceses, se alguém se consegue livrar destas acusações, esse alguém é mesmo DSK - o ex-ministro socialista conhecido apenas pelas suas iniciais. Afinal, aos 11 anos estava fora quando o edifício em que a família vivia na cidade marroquina de Agadir foi destruído pelo sismo de 1960. Mais recentemente, escapou à acusação de violação que o levou ao banco dos réus em Nova Iorque, chegando a acordo no civil com a empregada Nafissatou Diallo para uma indemnização de um milhão de dólares. De volta a França, viu a acusação de agressão sexual, apresentada pela jornalista Tristane Banon, prescrever antes do julgamento.
Agora, a braços com o chamado caso do Hotel Carlton, DSK, de 65 anos, é acusado de saber que as mulheres que participavam nas festas que frequentou em Paris, Lille e Washington (mas que também terão tido lugar em Viena e Madrid) eram prostitutas. A defesa garante que não, que o seu cliente esteve, sim, com sete mulheres em várias festas dadas entre 2008 e 2011, mas ignorava que se tratava de profissionais. Segundo os seus advogados, DSK também não teve qualquer papel na organização destas festas cujo custo - cem mil euros segundo o Journal du Dimanche - terá sido suportado pelos seus amigos.