A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) declarou na quinta-feira que as doses de reforço da vacina contra a covid-19 podem ser administradas de forma "segura e eficaz" três meses após a última injeção e que a maioria dos casos da variante Ómicron parecem ser "leves".."Embora a recomendação até agora seja administrar as doses de reforço preferencialmente seis meses depois da última toma, os dados disponíveis atualmente permitem apoiar a administração segura e eficaz de uma dose de reforço três meses após o primeira esquema completo de vacinação", afirmou Marco Cavaleri, responsável pela estratégia de vacinação da EMA..Isso é possível quando "um intervalo tão curto seja desejável do ponto de vista da saúde pública", acrescentou Cavaleri..O responsável da EMA disse que os dados preliminares sugerem que a variante Ómicron "pode ser mais contagiosa do que a variante Delta". "Mas, atualmente, não sabemos até que ponto a Ómicron pode substituir a Delta como a variante dominante", explicou, lembrando que ainda é cedo para dizer se a composição das vacinas precisa de ser modificada..O regulador europeu do medicamento publicou recentemente que, se necessário, poderia autorizar em três ou quatro meses as vacinas adaptadas pelas farmacêuticas contra a nova variante.."As empresas que comercializam as vacinas contra a covid-19 são obrigadas a apresentar os resultados dos seus exames laboratoriais para determinar o nível de neutralização da Ómicron", disse Cavaleri. "Mas temos que recolher mais evidências para determinar se o espetro de gravidade da doença que a Ómicron causa é diferente do das outras variantes que circularam até agora", explicou..Atualmente, "não temos dados suficientes sobre o impacto desta variante nas vacinas aprovadas", referiu Cavaleri indicando que o regulador está a analisar continuamente esta situação para obter mais dados..Como também explicou a EMA, os sintomas provocados pela Ómicron nos casos detetados na União Europeia "parecem ser leves na sua maioria"..Ainda assim, a variante parece ter uma taxa de reinfeção maior em pessoas curadas ou vacinadas, conforme anunciou na quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS)..A OMS/África informou esta quinta-feira que foram poucos os casos da nova variante identificados na África do Sul considerados graves..A Ómicron foi detetada pela primeira vez na África do Sul no final de novembro. Desde então, foram registados casos em 57 países - Portugal confirmou 37 casos -, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças..A EMA já aprovou quatro vacinas, dois tratamentos com anticorpos e permitiu o uso de emergência de medicamentos do laboratório MSD.."Mais de 600 milhões de doses foram administradas na Europa, até ao momento", disse Cavaleri..Os números são muito diferentes quando se fala em África, onde apenas 7,8% dos cerca de 1,2 mil milhões de habitantes estão totalmente vacinados.