Donald Trump vaiado num combate de artes marciais
Donald Trump recebeu muitas vaias (e também algumas manifestações de apoio) à entrada do Madison Square Garden, em Nova Iorque, para ver um combate de artes marciais mistas (MMA). A entrada não foi transmitida nos ecrãs gigantes e fez-se enquanto a instalação sonora emitia rock dos AC/DC.
Além da sonora oposição ao presidente norte-americano, este também tinha à sua espera vários cartazes com mensagens como "Destituam Trump" e "Afastem Trump".
À entrada do pavilhão, uma manifestação de antifascistas juntou algumas dezenas de pessoas que cantavam "Para a rua já" contra a presença do chefe de Estado.
Donald Trump, que se fez acompanhar pelos filhos Jr. e Eric, tinha recebido há dias uma manifestação maciça de desaprovação quando foi ver um jogo de basebol em Washington. Além de vaiado, o público cantou "Prendam-no", uma frase que usou durante a campanha eleitoral contra a democrata Hillary Clinton.
Na constante guerra comunicacional de Trump, o filho Donald Jr. atacou a BBC por ter noticiado os assobios. "Porque não reproduzem o vídeo, esquerdistas? Eu estava no coração de Nova Iorque e foi extremamente positivo. Uma reação incrível. É bom que todos ao menos vejam que vocês parar de fingir que são objetivos."
Na quinta-feira, soube-se que o empresário transformado em político pediu a transferência da sua residência fiscal de Nova Iorque, a sua cidade natal, para Palm Beach, Florida, onde é proprietário da mansão Mar-a-Lago. Na ocasião, Trump queixou-se dos políticos locais, tema a que voltou um dia depois a queixar-se no Twitter.
"Eu amo Nova Iorque, mas Nova Iorque nunca mais poderá ser grande novamente sob a atual liderança do governador Andrew Cuomo (irmão de Fredo [refere-se a Chris Cuomo, jornalista da CNN, a quem trata pela personagem de O Padrinho]), ou o presidente da câmara Bill DeBlasio. Cuomo tem usado como arma os procuradores para fazer seu trabalho sujo (e para mantê-lo fora de apuros), uma razão pela qual alguns não querem estar em Nova Iorque", escreveu.
Trump disse ainda que a cidade está a ficar suja e insegura.
Um juiz federal de Portland, no estado norte-americano de Oregon, suspendeu hoje uma ordem da administração Trump que obrigava os imigrantes a provarem obtenção de seguro de saúde ou capacidade para pagar assistência médica para poderem obter o visto.
O juiz distrital Michael Simon concedeu uma ordem formal preliminar que impede a ordem da administração Trump de entrar em vigor no domingo, sendo que não se sabe para já quando é que o juiz irá tomar uma decisão final.
Sete cidadãos norte-americanos e uma organização sem fins lucrativos interpuseram uma ação federal na quarta-feira alegando que a ordem impediria a entrada de quase dois terços de todos os possíveis imigrantes legais.
No processo alegam também que a ordem reduziria muito ou eliminaria o número de imigrantes que entram nos Estados Unidos com vistos pagos pelas famílias.
"Estamos muito agradecidos por o tribunal ter reconhecido a necessidade de bloquear imediatamente a proibição de assistência médica", disse Esther Sung, que defendeu os direitos dos queixosos na audiência, citada pela agência Associated Press.
"A proibição separaria famílias e reduziria dois terços da imigração com base em cartões verdes a partir desta noite, caso a proibição não fosse interrompida", acrescentou.
A ordem assinada pelo presidente Donald Trump no início do mês de outubro destina-se a todas as pessoas que querem um visto de imigrante e estão fora dos Estados Unidos e não a quem já está no território. Não afeta residentes permanentes legais e não se aplica a requerentes de asilo, refugiados ou crianças.
Definia que os imigrantes fossem impedidos de entrar nos Estados Unidos a menos que estivessem cobertos por um seguro de saúde nos 30 dias seguintes à entrada ou tivessem recursos financeiros suficientes para pagar quaisquer custos médicos.
Esta ordem é o mais recente esforço do governo de Donald Trump para limitar o acesso de imigrantes a programas públicos ao tentar mudar o sistema de imigração de um modelo familiar para um sistema de mérito.
Em comunicado, em reação à decisão judicial, a Casa Branca disse que muitos não cidadãos estão a aproveitar-se dos "generosos programas de saúde pública" do país e que os imigrantes contribuem para o problema de "custos de saúde não compensados".