Dois ex-governantes de Mubarak absolvidos de acusações de corrupção no Egito
Um tribunal egípcio absolveu hoje um antigo primeiro-ministro e um ex-ministro do Interior de acusações de corrupção, na mais recente reversão de veredictos contra funcionários do antigo regime de Hosni Mubarak.
Depois da queda de Mubarak, em fevereiro de 2011, os antigos primeiro-ministro Ahmad Nazif e ministro do Interior Habib al-Adly tinham sido condenados a uma pena de prisão por terem assinado um contrato de importação de placas de matrícula com um empresário alemão sem concurso e a um preço superior ao do mercado.
Um tribunal de recurso determinou posteriormente a realização de um novo julgamento.
Em novembro, um tribunal desistiu da acusação de cumplicidade de assassínio contra Adly, que juntamente com Mubarak respondia pela morte de centenas de manifestantes na revolta de 2011. Antes, os dois homens tinham sido condenados a prisão perpétua.
Um advogado de Adly, Essam al-Batawy, disse à agência France Presse que o antigo ministro do Interior está ainda envolvido noutro processo, cujo veredicto deve ser conhecido no próximo mês.
Adly já cumpriu três anos de prisão por um outro caso de corrupção, segundo o advogado.
Vários funcionários da era Mubarak, incluindo o próprio, têm sido absolvidos em novos julgamentos sobre acusações de corrupção e envolvimento na morte de manifestantes.
Ao mesmo tempo, mais de 200 militantes da revolta de 2011, que levou à queda de Mubarak, foram recentemente condenados a penas de prisão perpétua.
Os defensores dos direitos humanos têm criticado com regularidade uma justiça de "dois pesos e duas medidas".