Distúrbios em prisão de Lisboa. Estabelecimento Prisional de Lisboa nega incidentes
Registaram-se esta tarde distúrbios numa das alas do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), denunciou um representante do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional à RTP3, informação que o EPL desmente, negando ter existido qualquer problema. Após estas duas versões, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves, garantiu que houve "um problema ao final da tarde na Ala E".
"Dado o número reduzido de guardas prisionais para controlo de segurança das visitas, alguns reclusos só tiveram 15 minutos de visita, houve muita indignação e alguns atiraram caixotes do lixo e derrubaram o gradão de segurança da ala", descreveu ao DN, Jorge Alves, que não esteve no local, mas foi este o relato que colegas seus que trabalham no EPL lhe fizeram.
Na versão de Júlio Rebelo, do sindicato independente, à RTP3: "[Os reclusos] Pegaram fogo a alguns itens da própria ala e destruíram, derrubaram o gradão de segurança da ala." Segundo o mesmo responsável, o GISP (Grupo de Intervenção e Segurança Prisional da Guarda Prisional) estava a preparar-se para intervir, para repor a normalidade "na totalidade", uma vez que a ala E não estaria ainda sob controlo.
Júlio Rebelo disse que se gerou uma "situação muito tensa", porque devido à falta de elementos não houve possibilidade de dar as visitas aos reclusos - "houve famílias que só tiveram 10 minutos de visita"-, houve problemas também com a distribuição da medicação e alimentação, o que originou os distúrbios.
Contactado pelo DN, o porta-voz do EPL garantiu que não houve distúrbios, explicando que a falta de guardas no horário das 16.00 às 19.00, devido à recusa dos guardas de fazerem horas extra, tem levado o GISP a estar no estabelecimento durante este horário, para atuar como força dissuasora.
Jorge Alves contesta as alterações que a Direção Geral dos Serviços Prisionais fez aos turnos dos guardas. "Havia seis turnos e agora há quatro. Três veem de manhã e depois das 16.00 fica apenas uma equipa de turno, não sendo suficiente para garantir os serviços." O sindicalista alerta para o agravar de problemas, caso o número de guardas e os turnos não sejam revistos.