Hee Yeon Lim, uma dissidente do regime de Pyongyang, falou sobre os momentos que testemunhou enquanto vivia na Coreia do Norte. A rapariga, filha de um coronel do exército que fazia parte do regime e aceitava subornos para melhorar a sua qualidade de vida, levou uma vida confortável em Pyongyang mas a sua proximidade com o regime não a protegeu de ser exposta a horrores..Quando o seu pai morreu, Hee Yeon e a família decidiram abandonar o país, acabando por ficar a viver escondida na Coreia do Sul..Em declarações ao Mirror, Hee Yeon (nome falso utilizado para preservar a entidade da rapariga) confessou que foi forçada a assistir à execução, com recurso a armas antiaéreas, de um grupo de 11 músicos, num estádio de futebol, após estes serem acusados de fazer um vídeo pornográfico.."Os músicos foram trazidos amarrados, encapuzados e aparentemente amordaçados, para que não pudessem fazer barulho, não pudessem implorar por piedade ou gritar. Foram atingidos por armas antiaéreas. Cerca de 10 mil pessoas foram obrigadas a assistir e eu estava a 200 metros das vítimas", disse Hee Yeon Lim.."Uma arma foi disparada, o barulho foi endurecedor, absolutamente aterrorizante, e as armas foram disparadas uma após a outra. Os músicos simplesmente desapareciam cada vez que as armas eram disparadas contra eles", adiantou a rapariga, que afirma ainda que os corpos foram depois calcados por tanques militares..Hee Yeon conta também que viu várias colegas de escola serem escolhidas para trabalhares nas casas de Kim Jong-Un como escravas sexuais.."Eles levaram as mais bonitas, garantindo que têm boas pernas. Elas aprendem a servir-lhe comida como caviar e iguarias raras. Elas são também ensinadas a massajá-lo, tornando-se escravas sexuais", disse.."Sim, elas têm de dormir com ele e não podem cometer um erro porque podem facilmente desaparecer", adiantou..Questionada sobre o que poderia acontecer se alguma das raparigas engravidasse, Hee Yeon respondeu: "Talvez o mesmo"..Hee Yeon diz ainda que cresceu com a ideia de que Kim Jong-Un era um deus, mas que, quando o conheceu sentiu-se aterrorizada: "Toda a gente em Pyongyang apoia abertamente Kim Jong-Un porque seriam mortos se não o fizessem. Mesmo o seu círculo interno, pode ser-se morto pela menor coisa ou deslealdade. Kim Jong-Un ameaça a guerra porque se sente encurralado. Ele tem medo que o seu regime acabe e ele não terá para onde ir. Eu tive de escapar", disse a rapariga..Trabalho coordenado por Ricardo Simões Ferreira