Diplomata de Trump demite-se em protesto contra invasão do Capitólio
Mick Mulvaney, antigo chefe de gabinete de Donald Trump, anunciou esta quinta-feira a demissão do seu atual cargo de diplomata em protesto contra a invasão do Capitólio por apoiantes do Presidente cessante.
"Não posso ficar, não depois de ontem. Não podemos ver o que aconteceu e querermos fazer parte disso de alguma forma", declarou à emissora CNBC.
Mick Mulvaney que deixou o posto de chefe de gabinete para ser nomeado emissário dos Estados Unidos na Irlanda do Norte, disse ter informado o secretário de Estado, Mike Pompeo, da demissão.
"Não posso. Não posso ficar", insistiu na CNBC, adiantando que outros elementos da administração Trump estavam a pensar deixar os seus cargos.
"Os que escolhem ficar e falei com alguns fazem-no porque temem que o Presidente nomeie alguém pior" para os substituir, disse ainda.
Uma multidão de partidários de Donald Trump invadiu na quarta-feira o Capitólio, onde funciona o parlamento norte-americano após ter sido encorajada pelo próprio Presidente cessante a pressionar os parlamentares, reunidos para certificar oficialmente a vitória de Joe Biden nas presidenciais.
Os senadores e os membros da Câmara dos Representantes tiveram de interromper os trabalhos durante várias horas e abandonar o Congresso.
Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.
Já hoje o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.
Imediatamente após as violências, na quarta-feira, o conselheiro adjunto para a segurança nacional Matt Pottinger demitiu-se.
A porta-voz da primeira-dama Melania Trump, Stephanie Grisham, antiga porta-voz da Casa Branca, também apresentou a demissão.