Dinamarca assume hoje presidência semestral da UE

O país que rejeitou a moeda única em referendo vai ter um semestre marcado precisamente pela crise da Zona Euro. E tentará envitar o isolamento do Reino Unido
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Dez anos depois da entrada em vigor do euro, a Dinamarca assume hoje a presidência rotativa da União Europeia. O país escandinavo, que não é membro da Zona Euro, terá a dura tarefa de ajudar a conseguir entendimento entre todos os 27 Estados membros no que respeita às saídas para a actual crise.

Com uma nova cimeira europeia prevista para 30 de Janeiro, Copenhaga tentará reduzir o isolamento a que os britânicos ficaram votados desde que na última reunião de 9 de Dezembro David Cameron usou o veto do Reino Unido para travar uma revisão dos tratados europeus a 27.

A solução que surgiu depois disso foi a de um pacto orçamental, que muito provavelmente terá a forma de um acordo intergovernamental, que incluirá os 17 países do euro, mais os outros que entenderem por bem juntar-se ao clube liderado pelo directório Alemanha e França. A Dinamarca deverá ser em princípio um desses outros países.

Este país escandinavo segue-se à Polónia na presidência da UE, outro dos Estados membros que não têm ainda o euro. No entanto, os polacos ainda não se juntaram aos 17 da Zona Euro, por terem aderido ao clube europeu apenas em 2004 e estarem ainda a apalpar terreno para ver como a situação evolui, tanto a sua como a dos países que têm a moeda única.

No caso dos dinamarqueses a história é outra: o país actualmente liderado por Helle Thorning-Schmidt, a primeira mulher primeira-ministra da Dinamarca, aderiu à UE em 1973 (ainda muito antes de Portugal que só entrou em 1986), mas decidiu não entrar no euro após o referendo de 2000. 53,2% dos dinamarqueses disseram "Não" e 46,8% "Sim".

Outro dossiê central da presidência dinamarquesa, que poderá passar ainda depois para o semestre cipriota, será a negociação das perspectivas financeiras 2014-2020, o chamado orçamento plurianual da União Europeia.

Esta é a sétima presidência dinamarquesa da UE, embora desta vez os poderes reais da chefe do Governo da Dinamarca estejam bastante limitados por via do novo Tratado de Lisboa. Este criou a figura do presidente permanente do Conselho Europeu, cargo que é atualmente ocupado pelo belga Herman van Rompuy.

Igualmente estabelecida por este tratado foi a figura da Alta Representante para a Política Externa e de Segurança da UE. O cargo é ocupado pela baronesa britânica Catherine Ashton, a qual tem como tarefa dar a cara pela diplomacia europeia.

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