Os resultados indicam que 29 candidaturas na área da música vão ter acesso a financiamento plurianual, revela a ata relativa ao projeto de decisão do Concurso ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da DGArtes, comunicada aos candidatos, e a que a agência Lusa teve acesso..De fora do concurso, fica a Orquestra de Câmara Portuguesa, associação que tinha apresentado a candidatura com o maior valor de apoio pedido na área da música, cerca de 1,6 milhões de euros para o quadriénio..Também de fora dos apoios, entre outros, ficam a Banda Sinfónica Portuguesa, do Porto, a Casa Bernardo Sassetti, criada em 2012, a Academia de Música de Lagos e a Orquestra Clássica do Centro, sediada em Coimbra..A Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (700 mil euros) e a Orquestra de Jazz de Matosinhos (579 mil euros) são as estruturas que vão receber um maior apoio da DGArtes na área da música, de acordo com os dados provisórios..Depois, seguem-se várias estruturas com apoios na casa dos 300 mil euros: a Orquestra Sinfónica Juvenil, de Lisboa, a Academia de Música de Espinho, a Orquestra de Jazz do Algarve, a Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim e a AFEA - Associação de Fomento do Ensino Artístico, entidade proprietária do Conservatório de Música de Seia..Das 29 candidaturas que deverão ser apoiadas, ainda se encontram estruturas como o Tocá Rufar, o Conservatório de Gaia, o Orfeão de Leiria e a Banda de Alcobaça..A Área Metropolitana de Lisboa é a região que conta com mais candidaturas apoiadas na área da música, num total de 11..Segue-se a região Norte e Centro, com sete cada, o Alentejo com duas, e o Algarve e os Açores com uma cada..Na primeira quinzena de abril, deve conhecer-se a decisão final relativa aos apoios da DGArtes na área da música, de acordo com o calendário divulgado pela entidade..Entidades das regiões autónomas dos Açores e da Madeira têm pela primeira vez acesso a concursos nacionais, no âmbito deste modelo da DGArtes..O Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 - que financia grande parte da atividade artística em Portugal - abriu em outubro e tem um valor global de 64,5 milhões de euros para apoiar modalidades de circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro..Hoje, o Ministério da Cultura anunciou que a DGArtes vai apresentar na segunda-feira as regras de reforço do financiamento do Programa de Apoio Sustentado, que eleva a 72,5 milhões de euros o montante disponível até 2021..Estas contas contemplam mais dois milhões de euros por ano, no âmbito dos financiamentos para o quadriénio 2018-2021, acrescendo meio milhão do orçamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes) ao valor de 1,5 milhões, anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, no passado dia 20, para reforço do apoio à criação artística..Os resultados já conhecidos mostram que companhias como o Teatro Experimental do Porto, a Seiva Trupe e o Teatro Experimental de Cascais (TEC) ficaram sem financiamento, assim como as únicas estruturas profissionais de Évora (Centro Dramático de Évora) e de Coimbra (Escola da Noite e O Teatrão), além de projetos como Cão Solteiro, Bienal de Cerveira e Chapitô..O PCP e o BE já questionaram o Governo sobre o aumento das verbas de apoios às artes, "para níveis dignos", criticando desequilíbrios territoriais e insuficiência fundos, que apontam a estes resultados..Estruturas artísticas manifestaram igualmente o seu protesto, e o Sindicato dos Trabalhadores dos Espetáculos, dos Trabalhadores e dos Músicos (CENA/STE), as associações de profissionais Rede e Plateia e o Manifesto em Defesa da Cultura convocaram reuniões para terça-feira e concentrações de protesto, na sexta-feira, em Lisboa e Porto.