Desafios dos partidos: as legislativas mas não só

Para o République en Marche! de Macron conseguir uma maioria de governo a 11 e 18 de junho é o objetivo. Com PS e Os Republicanos divididos entre o apoio e o desafio, a Frente Nacional de Marine Le Pen e a França Insubmissa de Mélenchon são a nova oposição.
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Em marcha até uma maioria de governo?

Uma "maioria de mudança". Foi o que Emmanuel Macron prometeu diante da pirâmide do Louvre poucas horas depois de ter vencido as presidenciais. O novo presidente, que saiu da presidência do En Marche!, o movimento que fundou em abril de 2016 e que se apresenta às legislativas com o nome de La République en Marche!, garante ter candidatos nas 577 circunscrições que vão a votos. Fiéis da primeira hora, membros da sociedade civil, mas também políticos experientes, à esquerda e à direita. Aos que se querem juntar a ele, Macron explicou que terão de se "inscrever nas legislativas sob a maioria presidencial". Mas não obriga ninguém a "rasgar o cartão de militante". Recorda apenas que, "nem Os Republicanos nem o PS estão na maioria presidencial". Segundo uma sondagem OpinionWay para Les Echos, o movimento do presidente conseguiria entre 249 e 286 deputados nas legislativas de 11 e 18 de junho, ficando, mesmo no cenário mais otimista, a um lugar da maioria absoluta, logo forçado a alianças.

Frente Nacional renovada a liderar a oposição?

Na noite da derrota, Marine Le Pen lançou logo o combate para as legislativas, prometendo a "renovação" da Frente Nacional. Mais tarde, o vice do partido, Florian Philippot, explicou que a renovação passará por mudar de nome, quebrando a imagem do partido e facilitando aos que se identificam com a sua mensagem, aderir. Enquanto não acontece, Marine, cujo resultado ficou longe dos 40% que chegou a ambicionar, foi de 10,6 milhões de votos, espera converter esses votos em deputados. Com os partidos tradicionais em desaire, a FN acredita ser possível acabar com a frente republicana que trava os seus candidatos na segunda volta das legislativas. O estudo OpinionWay dá 15 a 20 deputados à FN. Em 2012, elegeu dois.

O último prego no ???????caixão socialista?

Depois do resultado de Benoît Hamon na primeira volta nas presidenciais (6,3%), muitos no PS vaticinam a morte da formação, inclusive o primeiro secretário, Jean-Christophe Cambadélis, que antecipa uma refundação socialista. A um mês das legislativas, o PS tem de gerir os que sonham com uma união à esquerda com ecologistas, comunistas e a França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon e os que, receando perder o lugar, bateram à porta de Macron. Se a liderança socialista ainda sonha salvar 80 circunscrições, a OpinionWay dá ao PS apenas 28 a 42. Em 2012 teve 331.

Recuperar depois do desaire de Fillon

Com 20,1%, François Fillon foi terceiro na primeira volta das presidenciais e ficou de fora de uma segunda volta que todos previam que ganhasse. Com o ex-primeiro-ministro castigado pelos escândalos dos empregos fictícios da mulher e dos filhos, cabe agora a François Baroin levar a direita tradicional às legislativas. E o senador d"Os Republicanos já avisou: Quem se aproximar de Marine Le Pen será expulsos [do partido], quem se aproximar de Macron também. N"Os Republicanos, há os fiéis de Alain Juppé e Bruno Le Maire, que defendem a aproximação ao presidente e os fillonistas e sarkozistas que preferem ficar na oposição. As sondagens dão 200 a 210 deputados à direita e centro-direita. Em 2012 tiveram 229.

Então há um mínimo para se entrar no Parlamento?

Quarto na primeira volta, Mélenchon partiu ao ataque contra Macron logo na noite da eleição. Apresentando-se como principal opositor do presidente, que nunca apoiou formalmente, o líder da França Insubmissa espera que as sondagens que lhe dão apenas seis a oito deputados estejam erradas. Em 2012, com a Frente de Esquerda, tivera dez.

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