Deputado mais desalinhado votou 74 vezes contra o PS nesta sessão legislativa

Independente, eleito pelo PS, Paulo Trigo Pereira é o mais desalinhado do parlamento. Deputada do PSD Teresa Leal Coelho aparece em oitavo lugar
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O independente Paulo Trigo Pereira, eleito pelo PS, lidera o "top" dos deputados desalinhados: foram 122 as votações em que desalinhou do partido desde 2015. Esta legislatura, foram 74 as ocasiões em que votou de forma distinta.

Os deputados Pedro Bacelar de Vasconcelos (PS) e Wanda Guimarães (PS) completam o pódio com 23 e 22 ocasiões, respetivamente, em que o seu sentido de voto se diferenciou daquele do seu grupo parlamentar. Aliás, todos os 20 deputados mais "desalinhados" da sessão legislativa são membros da bancada socialista.

Estes dados foram reunidos pelo site hemiciclo.pt que compilou estas informações para o DN.

Os primeiros cinco lugares desta lista são todos ocupados por socialistas, seguindo-se duas deputadas, Helena Roseta e Isabel Santos, com 51 votações dissonantes, Pedro Bacelar Vasconcelos e Wanda Guimarães, ex-sindicalista da UGT (41), e Isabel Moreira, com 39.

Os deputados do PS não estão obrigados à disciplina de voto, à exceção de documentos fundamentais como o Orçamento do Estado ou a votação em moções de censura ou confiança.

É preciso descer na lista até ao oitavo lugar para encontrar o primeiro deputado do PSD, no caso Teresa Leal Coelho, que por 34 vezes não votou ao lado da sua bancada, e a segunda social-democrata mais desalinhada é a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz, com 29.

À direita, no CDS-PP, João Rebelo foi o que mais vezes votou de forma diferente (26).

E se o PCP e o PEV continuam a ser os grupos parlamentares em que não se assinalou qualquer voto desalinhado, nesta sessão legislativa voltou a registar-se um voto "desalinhado" na bancada do Bloco de Esquerda - o deputado Carlos Matias optou por um sentido de voto diferente do seu grupo parlamentar numa votação há umas semanas, sobre o banco de terras, juntando-se assim ao deputado Jorge Falcato Gomes, que há um ano se tinha estreado como o primeiro "desalinhado" na bancada bloquista.

Ilda Araújo Novo e Miguel Morgado foram os deputados que mais "desalinharam" nos grupos parlamentares do CDS-PP e PSD, respetivamente. Os sociais-democratas Teresa Leal Coelho e Ulisses Pereira destacaram-se por terem sido os primeiros deputados em quase uma década a invocar "razões de consciência" para não participar em votações, uma prerrogativa estabelecida no n.º 3 do artigo 8.º do Estatuto dos Deputados mas raramente utilizada.

Os dados deste artigo são referentes à informação disponível no portal da Assembleia da República até ao final do dia 20 de julho de 2018.

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