Deputado em cuecas em plena Assembleia Legislativa
Os trabalhos do plenário da Assembleia da Madeira estiveram hoje suspensos durante cerca de 30 minutos depois de o único deputado do PTP, José Manuel Coelho, se ter despido em plena sessão, em protesto pelo facto de os seus vencimentos estarem penhorados.
No final de uma intervenção na qual defendia uma proposta sobre "segurança, recuperação e construção de reservatórios de armazenamento da água de rega", o deputado criticou a "justiça podre na Madeira".
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"Estou a ser perseguido pela maioria do PSD", declarou, classificando os juízes e magistrados do Ministério Público (MP) na região de serem o "braço armado" da maioria social-democrata e de "corruptos".
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O deputado foi condenado a pagar uma indemnização de 106 mil euros a Maria João Marques, agente de execução judicial, ficando com menos 700 euros no salário em cada mês.
José Manuel Coelho, protestando pelo facto ter o seu vencimento penhorado, acabou por despir a roupa e os sapatos, entregando-os ao presidente do parlamento, José Tranquada Gomes, ficando apenas com 'boxers', meias e chapéu.
"Vou doar mais uns ativos para ajudar a justiça corrupta a cumprir" a sua tarefa, disse.
O presidente do parlamento madeirense interrompeu os trabalhos, instou os deputados a abandonarem a sala, enquanto José Manuel Coelho regressou ao seu lugar onde permaneceu durante algum tempo, sem roupa, posando para as fotos.
Depois, saiu da sala e deslocou-se ao bar do parlamento, onde tomou um café.
Os funcionários da Assembleia Legislativa da Madeira recolheram a roupa e devolveram-na ao deputado.
Os trabalhos foram, entretanto, retomados sem a presença de José Manuel Coelho na sala.
Ao longo do tempo, o deputado tem protagonizado vários episódios, sobretudo protestando por ser alvo de vários processos judiciais e sentenças de condenação a pagamentos de indemnizações que representaram a penhora do seu vencimento.