Deputada do PSD suscita aplausos no PS

Recém-eleita líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes foi quem o PSD escolheu para representar o partido na sessão solene do 25 Abril
Publicado a
Atualizado a

A deputada do PSD Margarida Balseiro Lopes conseguiu a dado passo da sua intervenção não só ter os aplausos da sua bancada (com muitos deputados ausentes) e da do CDS, mas também da bancada do PS.

Foi quando disse que a liberdade "é de todos", nomeando depois Jerónimo de Sousa ("que pôde ver o seu partido sair da clandestinidade"), Catarina Martins ("que nunca teve de encenar uma peça de teatro sujeita à censura"), Carlos César (cujo PS pôde ver os seus fundadores "regressar a casa"), Assunção Cristas ("que pode ser mãe de família e ter uma vida profissional de sucessos") ou Rui Rio, presidente no hemiciclo como convidado, "que pôde ser dirigente estudantil em liberdade").

Margarida Balseiro Lopes levou para o seu discurso um tema ausente em todas as intervenções anteriores: a corrupção. Trata-se - disse - "da defesa do erário público da captura por interesses particulares". E por isso há que ter "a coragem para reformar o sistema político, introduzindo transparência para que sejam conhecidos todos os interesses particulares

"A opacidade só serve os prevaricadores, os menos sérios, os corruptos, debaixo de um manto que os encobre, a generalização do 'são todos iguais'", afirmou. Acrescentando: "Mas não, não são todos iguais. Não somos todos iguais".

A deputada social-democrata sublinhou o "tanto" que o país conseguiu nos últimos 44 anos, lembrando que "21 governos foram cumprindo os desígnios constitucionais de garantir um Estado Social com Saúde, Educação e igualdade de oportunidades para todas as pessoas".

Margarida Balseiro Lopes apelou ainda à qualificação da atividade política dizendo que "não é um campeonato, onde os nossos ganham ou perdem, e as vitórias de uns são as derrotas de outros". "Demasiadas vezes, para que os partidos ganhem, são as pessoas que perdem", reforçou.

A nova líder da JSD terminou o discurso com um poema de Miguel Torga: "Livre não sou, mas quero a liberdade./ Trago-a dentro de mim como um destino".

Notícia corrigida às 17.15. Alterada no primeiro parágrafo a referência à bancada do PCP, que se deveu a um lapso.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt