Depois de Portugal e outros países, Zantac enfrenta entraves nos EUA

Ainda este mês o Infarmed anunciou a retirada do medicamento do mercado português, depois de terem sido encontrados vestígios de um agente cancerígeno nestes produtos.
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A preocupação sobre o medicamento Zantac e outros produtos farmacêuticos com ranitidina está a crescer. Depois de ter sido suspenso em Portugal, no Canadá, em França e na Suíça, começa agora a desaparecer das prateleiras nos EUA, por conterem vestígios de um conhecido agente cancerígeno em alguns destes fármacos.De acordo com a BBC, a empresa norte-americana CVS Health Corp anunciou este sábado que irá interromper as vendas do popular tratamento para a azia e indigestão Zantac e dos próprios produtos genéricos (CVS Health) que contenham ranitidina.

No início deste mês, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) alertaram para a presença de pequenas quantidades de N-nitrosodimetilamina (NDMA) em medicamentos com ranitidina. O NDMA está classificado como um provável agente cancerígeno, com base em estudos a animais, e pode ser encontrado na água e em alimentos, como carne, laticínios e vegetais, embora em níveis tão baixos que não deve representar um risco.

Nos EUA, segundo a BBC, a decisão tomada pela CVS Health Corp não é pioneira. Já anteriormente a Walgreens (segunda maior empresa que opera farmácias dos Estados Unidos), Walmart (multinacional norte-americana) e Rite Aid (rede de drogarias) tinham retirado o medicamento das suas lojas.

Um fenómeno que se repete um pouco por todo o mundo. A 20 de setembro, o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) anunciou a suspensão imediata do medicamento Zantac do mercado em Portugal - além de três outros: Bloculcer, Ranitidina e Ranitine.

"Na sequência da deteção de uma impureza, N-Nitrosodimethylamine (NDMA), na substância ativa ranitidina, o Infarmed determina a recolha e suspensão imediata da comercialização dos lotes de medicamentos (...) O motivo desta determinação decorre da presença em alguns lotes da referida impureza, da classe das nitrosaminas, já identificada em 2018 em alguns fármacos anti-hipertensores", lê-se no comunicado do Infarmed.

Por isso, a autoridade do medicamento alerta que todos os doentes em tratamento com estes medicamentos indicados para a azia, úlcera duodenal ou gástrica e refluxo gastroesofágico devem interromper a toma de imediato e consultar um médico ou farmacêutico. Acrescenta que entidades todas as entidades "que possuam embalagens pertencentes a estes lotes em stock não as podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução".

Em território norte-americano, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) está a investigar se os baixos níveis de NDMA na ranitidina representam um risco à saúde dos pacientes.

Ainda segundo a BBC, os medicamentos estão também a ser suspensos em vários outros países, como França e Canadá.

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