Defesas dos seis acusados pela morte de Aurélio Palha reclamam absolvição
"A prova que existe é extraordinariamente ténue", observou Luís Vaz Teixeira, advogado de Bruno "Pidá", o principal arguido do processo, na ponta final das alegações finais do processo.
As defesas rejeitaram a valoração de um testemunho indirecto para identificar "Pidá" e Mauro Santos como ocupantes de uma das viaturas de onde foram feitos os disparos. Tal valoração foi pedida pelo MP no início das alegações.
"Vossas excelências [os juízes do coletivo] também não vão poder condenar o meu constituinte por ter estado no interior de um veículo onde apareceram uns resíduos de pólvora", acrescentou o advogado de Bruno "Pidá", numa alusão a outro argumento aduzido pela procuradora do processo.
Na mesma linha de argumentação, o defensor de Mauro Santos, Henrique Ventura, sublinhou que "não se pode provar que aqueles resíduos resultaram daqueles factos" e ironizou que o processo "era um bom argumento" para um filme de Steven Spielberg, acabando como um "longo e com pouco dinâmico" trabalho de Manoel Oliveira.
A leitura do acórdão foi marcada para 16 de Dezembro, precisamente quatro anos após a megaoperação policial com o nome de código "Noite Branca", no âmbito da investigação sobre a espiral violenta que marcou a noite do Porto ao longo do ano de 2007.
Aurélio Palha foi morto a tiro na madrugada de 27 de Agosto de 2007, quando se encontrava à porta da sua discoteca do Porto, a Chic, à conversa com o segurança Alberto Ferreira, que mais tarde também foi assassinado.