Defensor foi bem acolhido no regresso à Assembleia
O socialista Defensor Moura quase não descansou da campanha das presidenciais. Na terça-feira já regressou às suas funções como deputado na Assembleia da República: "Estou sentado no plenário neste momento", confirmou ontem ao DN.
Apesar de ser o menos votado dos seis candidatos presidenciais, com apenas 1,57 por cento dos votos (66 092 votos), o socialista diz regressar ao Parlamento de "consciência tranquila" e que foi recebido com "muita simpatia por parte de todos os quadrantes". Defensor concorreu como independente, mas contou com o apoio de alguns colegas deputados do PS, como Ricardo Gonçalves.
Confrontado com o apoio do PS a Manuel Alegre, o ex-autarca de Viana do Castelo afirmou que a opção dos dirigentes do partido só prova que este "é um partido de largo espectro". O deputado defendeu que para a "diferença" de resultados entre os candidatos contribuiu a "máquina partidária". Defensor concentrou a maioria das iniciativas de campanha no Norte, sem recorrer a cartazes ou comicíos, dizendo, então, que "nos tempos que correm, gastar dois milhões de euros em festa, bombos, bandeiras e assessorias e outros apoios" seria um exagero.
O candidato explicou ter pago da sua própria conta bancária e com o apoio de amigos e conhecidos os cerca de 100 mil euros que gastou na campanha. Defensor defendeu que os temas que trouxe para a campanha, como a corrupção e a regionalização, serviram para despertar consciências. Anunciado o resultado, o candidato - que "não esperava ganhar" -, não felicitou Cavaco, afirmando que o perfil deste "não se adequa à actual situação do País".