O empresário David Neeleman, um dos donos da TAP, disse esta terça-feira que é necessário um aumento do aeroporto de Lisboa, sugerindo a utilização do Montijo, e defendeu que este processo tem de avançar rapidamente porque a TAP não pode esperar mais.."Nós precisamos de mais pistas, mais terminais. Nós temos um aeroporto do lado de lá [do Tejo, a base do Montijo] que tem de ser aberto, porque sem isso não vamos poder crescer ", afirmou o empresário, do consórcio Atlantic Gateway, o acionista privado da TAP.."Até ao ano que vem temos muitas coisas que queremos fazer, que podíamos fazer, mas não vamos poder fazer", afirmou o responsável, que já à margem defendeu aos jornalistas explicitamente a solução Portela + 1, referindo que no Montijo poderiam ficar companhias low cost, como Easyjet e Ryanair, enquanto a TAP (incluindo TAP Express) ficaria com o usufruto do terminal 2 do aeroporto da Portela..Neeleman defendeu ainda que assim todas as companhias ganhariam espaço para fazer crescer as suas operações, sobretudo nos horários de pico..Na conferência, Neeleman afirmou também que desde que a ANA - Aeroportos de Portugal foi privatizada que os custos para a TAP já subiram 20%, mas que ainda não houve investimentos grandes no aeroporto e que é tempo de começarem a fazer..O empresário disse aos jornalistas que três anos, o tempo que se fala para aumentar o aeroporto, é demasiado para a companhia aérea de que é acionista.."Nós não temos três anos", concluiu..O Governo incluiu na proposta das grandes opções do plano para 2017 a decisão sobre o futuro do aeroporto de Lisboa, que pode passar pela sua expansão ou pela existência de uma infraestrutura complementar..No documento, a que a Lusa teve acesso a semana passada, é referido que "o Governo iniciou, em 2016, os estudos de avaliação da capacidade futura do Aeroporto Humberto Delgado, de modo a que, durante o ano de 2017, sejam tomadas as decisões necessárias sobre esta matéria"..O aeroporto de Lisboa ultrapassou a barreira dos 20 milhões de passageiros em 2015, uma subida de 10,7% face ao ano anterior, segundo dados divulgados pela ANA - Aeroportos de Portugal, em janeiro..Na altura, o ministro do Equipamento e Infraestruturas, Pedro Marques, realçou que este número de passageiros coloca novos desafios, acrescentando que uma equipa estava a estudar todos os pormenores relativos à opção do Montijo como solução para responder ao aumento da procura de passageiros..O presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, também já tinha afirmado publicamente que considera que a Base Aérea do Montijo é a "única solução possível" para fazer face ao estrangulamento do aeroporto de Lisboa.