"Vai ser um concerto único": Da Weasel regressam em 2020
Sábado. Dia 13. Último dia do NOS Alive. Recinto esgotado, segundo a organização. À entrada, nos pórticos as datas já acertadas para o próximo ano. Será o segundo fim de semana de julho de 2020 - 9, 10 e 11 de julho.
A esta hora, os portugueses The Gift já atuaram, terminando a sua performance junto do público. Sónia Tavares desceu do palco e cantou o último tema junto do público.
Momentos depois, a organização anunciava o primeiro nome da banda do próximo ano. Da Weasel, a banda portuguesa que anunciou o seu fim em 2010, mas que vai regressar para participar na edição deste festival de 2020.
"É com muito orgulho que o NOS Alive anuncia a atuação exclusiva, o regresso, dos Da Weasel", afirmou Álvaro Covões, na presença dos elementos da banda: Carlão, Virgul, Jay, DJ Glue, Quaresma e Guilherme Silva.
O concerto dos Da Weasl no festival, a 11 de julho do próximo ano, não representa no entanto o regresso da banda, formada em 1993, ao ativo.
Carlão, que nos Da Weasel era Pacman, falou num "momento especial" para todos os elementos da banda.
"Estamos emocionados com este dia. Foi a altura certa [para um concerto], o pessoal estava para aí virado, falámos todos sobre fazer um concerto e estamos aí", afirmou, acrescentando que "é um concerto em 2020 no NOS Alive, é o que é".
"Vai ser um concerto único, dia 11 de julho de 2020. Vamos estar concentrados apenas e só no Alive, que foi de facto um convite irresistível. Vamos trabalhar durante um ano com muito afinco, a pensar só e apenas neste único evento", reforçou Jay, à margem da conferência de imprensa, em declarações à Lusa.
Partilhando que "é tudo muito inesperado", na conferência de imprensa, o baixista referiu que o concerto acontece "sobretudo pela família e os filhos" dos elementos da banda, que "provavelmente são neste momento as pessoas mais felizes deste mundo".
Apesar de ainda faltar um ano para o concerto, Jay garantiu que "seguramente não vai haver nada de novo", e que, no palco principal do Passeio Marítimo de Algés irão fazer uma "retrospetiva dos melhores concertos" da carreira.
"Vamos analisar ainda o que de melhor fizemos. Temos um ano para trabalhar, não podemos ainda prometer nada. Vamos premiar estes anos todo de ausência com muito trabalho e vamos trabalhar para que seja um trabalho inesquecível, os fãs que merecem uma resposta da nossa parte em palco", afirmou.
Em declarações à Lusa à margem da conferência de imprensa, Carlão adiantou que a banda começa a ensaiar "para a semana".
"Ainda não está nada alinhado e ainda não pensámos se vamos ter convidados ou não", disse.
Quando se separaram, em 2010, os Da Weasel integravam: João Nobre (Jay), Carlos Nobre (Pacman), Virgul, Pedro Quaresma, Guilherme Silva e DJ Glue. No início da carreira, integraram também a banda Yen Sung e Armando Teixeira.
A possibilidade de os dois últimos estarem também em palco não está fechada.
"Os Da Weasel nos últimos anos são estas pessoas que aqui estão e por isso eram as que faziam sentido para o concerto, mas não estou a excluir nada. agora se calhar deste ideias até à malta", disse Carlão à Lusa.
Em 2009, a banda de Almada tinha anunciado que faria uma pausa no projeto, depois de anos consecutivos de concertos e gravações discográficas.
No ano seguinte, anunciavam oficialmente o fim do grupo, restando aos fãs a discografia até então editada - seis álbuns de estúdio, um EP e dois DVD ao vivo - e canções como "Good Bless Johnny", "Dúia", "Agora e para sempre (a paixão)", "Ressaca", "Dou-lhe com a alma", "Dialectos de ternura" e "Tás na boa".
"Amor, Escárnio e Maldizer" foi o último álbum de originais que o grupo editou, em 2007, e que na altura representava um amadurecimento da sonoridade, entre o 'hip-hop' e o rock pesado.
Alguns dos músicos prosseguiram em projetos paralelos: Jay e Quaresma com os Teratron, Carlão com os Dias de Raiva, 5:30, o projeto Algodão e a solo, e Vigul a solo e com os Nu Soul Family.
A discografia dos Da Weasel inclui ainda o EP "More than 30 motherf****s" (1994), "Dou-te com a alma" (1995), "3º Capítulo" (1997), "Iniciação a uma vida banal - o manual" (1999), "Podes fugir mas não te podes esconder" (2001) e "Re-definições" (2004).
O festival Alive irá manter-se no Passeio Marítimo de Algés, pelo menos até 2023, anunciou o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO) na conferência de imprensa de balanço da 13.ª edição, que termina hoje.
De acordo com Francisco Rocha Gonçalves, "os próximos quatro anos de Alive estão garantidos" no Passeio Marítimo de Algés.
Numa visita ao recinto na semana passada, o presidente da CMO, Isaltino Morais, tinha anunciado que a autarquia tem "praticamente concluídos" dois projetos de passagem aérea entre Algés e o respetivo Passeio Marítimo.
Os dois projetos "irão permitir a criação de duas ligações por cima do caminho de ferro para o terrapleno, para permitir saídas e entradas de pessoas".
Atualmente, a passagem de peões de Algés para o Passeio Marítimo é feita através de um túnel, que faz ligação à estação de comboios.
Nos dias do festival, à noite e por questões de segurança, o túnel só pode ser utilizado por pessoas com mobilidade condicionada.
O escoamento do resto do público é feito pelo viaduto da CRIL.
Embora a 13.ª edição do festival NOS Alive só termine às 4:00 de domingo -- "ainda muitos espetáculos vão decorrer" - o promotor Álvaro Covões fez, pelas 21:00, um balanço positivo da iniciativa.
"Também esgotámos o dia de hoje, estamos satisfeitos", afirmou Álvaro Covões.
Em comparação com anos anteriores, era notória este ano uma menor afluência de público. Hoje é, sem dúvida, o dia com mais pessoas no recinto do festival.
Na sexta-feira, as primeiras bandas a atuarem no palco principal fizeram-no para poucas centenas de espetadores.
O promotor destacou também que "os concertos foram espetaculares" e que, nesta edição, os seus "vencedores" foram Ornatos Violeta, Jorja Smith e Grace Jones.
Álvaro Covões destacou ainda o trabalho de Odeith na transformação do palco Comédia numa instalação artística.
"Estamos muito satisfeitos com o trabalho que o Odeith fez connosco, um movimento que começámos no ano passado com o Bordalo II", afirmou, referindo que Odetih, "que em Portugal é menos conhecido do que lá fora, merece o carinho de todos", já que é "mais um português que vende Portugal no mundo, é o melhor do mundo em anamórfico, graffiti a 3 dimensões".
Na 13.ª edição, o festival manteve a parceria com o Instituto Gulbenkian Ciência (IGC) e Álvaro Covões lembrou que "estão abertas inscrições para mais duas bolsas de investigação cientifica".