Cuidados intensivos na Europa estão "à beira do limite"

A Cruz Vermelha Internacional pede à Europa para "não tirar o pé do acelerador" no combate à pandemia de covid-19, alertando que as unidades de cuidados intensivos em muitas cidades europeias já estão perto do limite da capacidade.
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A organização internacional referiu, por exemplo, que numa parte da Bélgica -- país que registou um recorde diário de 13.227 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas -- as unidades de cuidados intensivos já atingiram os níveis máximos de capacidade.

Zonas em países como França, Rússia, Roménia, Ucrânia e República Checa também estão a aproximar-se de uma situação semelhante, segundo alertou a organização num comunicado, citado pelas agências internacionais.

"Há um grande salto no número de hospitalizações e muitos países relatam que vão atingir o limite nas suas unidades de cuidados intensivos nas próximas semanas", indicou esta quinta-feira (22) a diretora regional da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Birgitte Bischoff Ebbesen.

A representante realçou que o continente europeu tem atualmente a taxa de novos casos de infeção mais alta do mundo, três vezes maior do que a registada na primeira vaga da pandemia, entre março e abril.

O coordenador regional para a saúde e assistência da FICV, Davron Mukhamadiev, acrescentou, por sua vez, que o tempo de hospitalização dos doentes também está a aumentar, sendo agora o dobro, e até o triplo, face aos meses com menos internamentos.

A par de um possível aumento dos óbitos associados diretamente à doença covid-19 na Europa durante o período do outono e do inverno, Davron Mukhamadiev alertou que outras potenciais mortes serão registadas no continente europeu devido a causas indiretas, uma vez que, por causa da atual crise sanitária, as pessoas têm maior dificuldade em receber tratamentos para outras patologias, como doenças coronárias e oncológicas, tuberculose, entre outras.

A pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 41,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A Europa é a terceira região do mundo mais afetada pela pandemia, contabilizando um total de 8,3 milhões de pessoas infetadas.

Ao nível dos óbitos, é a segunda região com mais vítimas, já tendo ultrapassado a barreira dos 260 mil mortos.

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