Cuidado! Não instale a aplicação COVID-19 Tracker

O Centro Nacional de Cibersegurança alerta para não confiar nem instalar a aplicação COVID-19 Tracker no telemóvel. Trata-se de um "esquema de ransomware para equipamentos Android", que, após a sua instalação, "bloqueia o dispositivo e exige um resgate" em bitcoins.
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Em tempo de pandemia e consequente isolamento em casa de milhares de pessoas para travar a propagação do novo coronavírus, a procura pela informação é grande, mas há que ter cuidados redobrados com os conteúdos digitais. É o que recomenda o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) que acaba de lançar, esta terça-feira, um alerta sobre a aplicação (app) para telemóvel COVID-19Tracker. "Não confie nem instale" esta app, avisa o organismo.

O Centro Nacional de Cibersegurança explica que esta aplicação, que tem sido partilhada em mensagens de correio eletrónico e nas redes sociais, não tem como objetivo ajudar a esclarecer sobre a pandemia de covid-19. "É, afinal, um esquema de ransomware para equipamentos Android", alerta.

Mas como funciona e o que pode provocar no telemóvel esta aplicação ? Começa pelo convite que é feito ao utilizador para fazer o download do COVID-19 Tracker "fora da loja Google Play". "Após a sua instalação, o malware [software malicioso] bloqueia o dispositivo e exige um resgate de cerca de USD 100 em bitcoin", explica o CNCS. Ou seja, é pedido que seja pago um resgate de cerca de 90 euros para recuperar os dados do telemóvel.

"Apesar do período de contenção social e de excecional sensibilidade que vivemos, o CNCS alerta para que não instale esta app", lê-se no aviso, publicado na página de Facebook do organismo, que pede que lhe seja reportado qualquer incidente relativo à instalação desta aplicação. Basta contactar a CNCS através do email cert@cert.pt e às autoridades criminais.

A acompanhar o alerta, o CNCS divulgou um conjunto de cuidados a ter com os conteúdos digitais. Um dos cuidados passa por não instalar "qualquer aplicação móvel (Android ou IOS - Apple) que não se fidedigna e disponibilizada pelas lojas oficiais dos fabricantes: Google Play e a Appstore". Caso queira manter-se atualizado sobre a pandemia de covid-19, "consulte a informação nos sites de fontes credíveis como DGS e a OMS".

Para evitar eventuais aproveitamentos pelo cibercrime, o CNCS aconselha "extrema prudência no acesso, receção e partilha de conteúdos digitais associados ao novo coronavírus".

"Cresceram as campanhas de phishing ('pesca' de dados') desde fevereiro"

Em comunicado, que é também subscrito pela Polícia Judiciária, divulgado esta terça-feira, o CNCS lembra que "os contextos de crise de proporções internacionais são, tradicionalmente, explorados por atores hostis do ciberespaço para sustentarem as suas campanhas de ciberataques no alarmismo social e na atenção mediática global sobre o tema".

Para o CNCS, o caso da Covid-19 "não tem sido exceção" e desde fevereiro cresceram as campanhas de phishing ('pesca' de dados) por e-mail, SMS ou nas redes sociais, a coberto da imagem de entidades oficiais como a Organização Mundial de Saúde, a UNICEF ou centros de investigação e laboratórios, com conteúdos alusivos à pandemia, inclusive ficheiros em anexo, mas orientados para a captação de dados pessoais das vítimas ou para a infeção dos seus dispositivos com software malicioso.

O CNCS alerta ainda para esquemas de fraude digital partilhados por e-mail ou em redes sociais, que divulgam iniciativas de 'crowdsourcing' para a recolha de donativos para falsas campanhas de compra de material médico ou de proteção pessoal.

Fraudes através de SMS

Perigosos são ainda "SMS enviados a informar que, de acordo com a lei, estão a ser aplicadas medidas extraordinárias para o combate à Covid-19 e que todos os cidadãos nacionais serão vacinados, sendo garantido um reembolso dos custos pelo governo. Para tal, bastaria pagar uma determinada quantia indicada no SMS e através do registo no link enviado seriam posteriormente ressarcidos".

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 já infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7800 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta terça-feira número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

Com Lusa.

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