Cruz Vermelha vai entregar 500 mil testes rápidos ao SNS
Marta Temido, ministra da Saúde, anunciou esta sexta-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "aceitou a disponibilidade da Cruz Vermelha Portuguesa para o fornecimento 500 mil testes rápidos de deteção de antigénio", que foram por ela reservados, no âmbito de um financiamento da Cruz Vermelha Internacional. A governante acrescentou que "a primeira tranche deve ser recebida na primeira semana de novembro" e será utilizada "a partir da norma estratégica do SNS em contexto de surtos".
Ainda no que diz respeito aos testes à covid-19, o Ministério da Saúde ativou na manhã desta sexta-feira a requisição de testes covid-19 através da linha Saúde 24. "Começou às 8 da manhã e funcionará nos mesmos moldes da primeira fase da pandemia, em março e abril. Ou seja, é baseado num algoritmo previamente validado e construído pela DGS", explicou a ministra.
Marta Temido admitiu para os próximos dias o "aumento da pressão sobre os hospitais do SNS" e explicou que a capacidade dos hospitais é de "21 mil camas, entre médico-cirúrgicas, cuidados intensivos e Cuidados intermédios". Nesse sentido, deixou a garantia que "este número é dinâmico e relativamente flexível", uma vez que podem ser "alargados espaços ou serem contratados mais profissionais".
Contudo, este total de camas não está apenas direcionado à potencial de resposta aos casos de covid-19, uma vez que aqui estão contabilizadas as camas em hospitais psiquiátricos e oncológicos. Assim sendo, Marta Temido considera que na resposta potencial à pandemia são consideradas "cerca de 19 700 camas em hospitais gerais, das quais 34% na região norte, 21% no centro, 36% em Lisboa e Vale do Tejo, 4% no Alentejo e 5% no Algarve". Ainda assim, neste lote é preciso ter em consideração que existem camas destinadas às "vias verdes para doenças específicas como AVC, doenças coronárias, queimados, transplantados ou neonatologia".
Assim, por regra, são apenas consideradas para covid-19 "cerca de 17 700 camas de enfermaria médico-cirúrgicas" e esta "é a capacidade máxima atualmente". "Os hospitais do SNS dispõem ainda de 1021 camas de cuidados intensivos de todas as tipologias e 566 de cuidados intermédios", acrescentou. De qualquer forma, a ministra da Saúde adiantou que "em caso de necessidade, algumas camas de cuidados intermédios podem ser transformadas em cuidados intensivos, embora algumas tenham de estar sempre reservadas para outros doentes graves".
No que diz respeito ao número de camas com doentes infetados com covid-19, Marta Temido revelou que "neste momento estão 1418 camas ocupadas no SNS, entre enfermaria e cuidados intensivos".
Marta Temido alertou que "no norte do país há uma pressão especial" que obriga a que esteja "a ser montado um hospital de campanha em Penafiel, abrangendo as regiões do Tâmega e do Sousa", num exemplo claro daquilo que diz ser o exemplo de "uma resposta à covid-19 ajustada de acordo com a evolução da pandemia".
No caso concreto de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, a ministra da saúde explicou que a decisão tomada sobre o dever de confinamento foi tomada tendo por base "a incidência de casos, que é muito elevada, e com a velocidade do crescimento dos novas infeções na região, bem como a dificuldade crescente na capacidade de resposta dos serviços saúde", lembrando que se trata de uma região onde há "uma elevada concentração populacional".
A ministra da Saúde revelou, a propósito das escolas fechadas em Borba e em Vila Viçosa que, de acordo com a informação da DGS, "há 63 escolas com surtos ativos no país" e explicou que a decisão de encerrar essas escolas no Alentejo se deveu a "uma decisão médica, por parte das autoridades de saúde locais". Nesse sentido, em Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira foi decidido não proceder ao encerramento de escolas porque "a disseminação da doença está associada a outros conceitos que não a escola ou o trabalho".