Cristas rejeita críticas sobre nomeação de sec. Estado
O deputado comunista João Ramos disse hoje à imprensa, no Parlamento, que Nuno Vieira e Brito "foi nomeado diretor-geral de Veterinária por um período de cinco anos, o que significa que quando deixar de ser governante tem o seu lugar de diretor-geral de Veterinária garantido".
Em resposta a estas críticas, Assunção Cristas declarou hoje à tarde aos jornalistas: "Eu só posso dizer que se trata de afirmações absolutamente falsas, que não correspondem à verdade, e eu própria terei muito gosto em ir amanhã [quinta-feira] à comissão, se a comissão tiver essa disponibilidade, explicar porque é que isso, de todo, não corresponde à verdade".
A governante, que tutela também as pastas do Ambiente, do Mar e do Ordenamento do Território, falava no final da sessão de entrega dos prémios do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), em Lisboa.
"Estive ontem na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, nada foi suscitado - porque também não tinha de ser suscitado -, agora, hoje deparo-me com críticas que não correspondem à verdade, que são infundadas e factualmente falsas e portanto estou perfeitamente disponível, tenho até muito gosto em ir amanhã, se for possível, à comissão explicar e demonstrar porque é que isso é tudo falso", insistiu a ministra.
Assunção Cristas explicou ainda que Nuno Vieira e Brito foi nomeado diretor-geral de Veterinária "no âmbito de um processo concursal, ao abrigo da lei".
"Foi ele e foi o senhor diretor-geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, os dois no mesmo dia, no seguimento de um processo concursal, no tempo próprio, e muito antes sequer de se saber que eventualmente haveria mais uma secretaria de Estado", frisou.
A nomeação de Nuno Vieira e Brito como diretor-geral de Veterinária foi publicada hoje em Diário da República.
Para o PCP, "é politicamente inadmissível" que Nuno Vieira e Brito tenha sido designado diretor-geral de Veterinária no dia 30 de janeiro, cargo que já exercia de forma interina, tenha tomado posse no dia 31 e no dia 31 tenha sido nomeado secretário de Estado.
"A senhora ministra, quando o nomeou como diretor-geral de Veterinária no dia 30, já sabia que no dia 01 ele ia tomar posse como secretário de Estado e, apesar disso, fez essa nomeação, ficando sem diretor-geral", afirmou João Ramos.
O deputado comunista afirmou ainda que "o agora secretário de Estado fazia parte da comissão de recrutamento e seleção para a administração central, como perito, ou seja, avaliou o seu curriculum e tomou esta decisão de seleção do diretor-geral".
"O Cresape [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública], que se assume como uma forma transparente e clara de recrutamento para a administração central, percebe-se claramente o que é, uma manutenção de lugares", defendeu João Ramos, sublinhando que Nuno Vieira e Brito é "eleito autárquico do CDS".
"É fundamental clarificar esta situação e acrescentar-lhe a clareza que ela não tem", disse.