Crise obriga Câmara de Fafe a comprar urbanização
José Ribeiro explicou à Lusa que em causa estão 40 fogos, a custos controlados, inicialmente pensados para jovens até aos 30 anos.
"Quando lançámos o projeto, há cerca de oito anos, tínhamos muito mais de 100 interessados, ou seja, a procura era muito maior do que a oferta, pelo que, à partida, pensávamos que não haveria grande dificuldade na venda", acrescentou.
O empreendimento, que significou um investimento de 4 milhões de euros, assegurado pelo empreiteiro, ficou pronto em inícios de 2013.
Os que haviam manifestado interesse na aquisição foram contactados, mas a esmagadora maioria entretanto desistiu, porque, com a crise, as condições "se alteraram radicalmente, uns porque ficaram desempregados, outros porque viram os seus rendimentos diminuídos, outros porque não conseguem aceder ao crédito bancário".
O contrato estabelecido com o empreiteiro previa que, caso não houvesse compradores para as habitações, a Câmara seria obrigada a adquiri-las.
Neste momento, há "à volta de 25 famílias" com interesse em adquirir frações do empreendimento, à venda, cada uma, por 97.500 euros.
A concretização do negócio está dependente da obtenção de crédito bancário.
O empréstimo que a Câmara aprovou pode até nem ser utilizado, ou não ser utilizado na íntegra.
"Será apenas a abertura do caminho para a resolução do problema, no caso de se mostrar difícil a venda das habitações. Estamos a tentar que esta questão tenha o mínimo impacto no orçamento da Câmara, ou até nenhum", referiu José Ribeiro.