Crise dos professores. "Golpe de teatro porque campanha está a correr mal", diz Rio
Rui Rio diz que a campanha eleitoral para as europeias está a correr mal ao governo e é isso que justifica o "golpe de teatro", com ameaças de demissão, por causa da aprovação no Parlamento do tempo de carreira dos professores. O líder social-democrata frisou que nunca teria impacto em 2019 e que, por isso, "o governo está a enganar os portugueses".
Rio lembrou as exigências do PSD para que essa reposição seja sujeita a negociação posterior com os sindicatos e que pode ocorrer em "dois, três, quatro ou cinco anos" e que pode ser feita através de várias formas como a redução do horário de trabalho. "O PSD não votará nada mais do que tinha dito", garantiu o líder social-democrata.
Quanto ao impacto financeiro da medida alegado pelo governo de 800 milhões de euros, Rio reiterou que pode ser diluída no tempo. E disparou: Um professor no final de carreira ganha cerca de três mil euros, o governo quer gora aumentar magistrados no início da carreira mais do que esses professores". O texto aprovado na comissão de Educação e Ciência na quinta-feira terá ainda que subir a plenário, insistiu.
O PSD não negociou com os outros partidos a posição sobre a reposição do tempo de carreira dos professores. Pela simples razão que o líder do partido, desde o início do braço de ferro do governo com as estruturas representativas do setor, sempre defendeu que a "promessa" feita em 2017 devia de ser cumprida. Mas balizada pelo equilíbrio das contas públicas. Agora Rio acusa o governo de "teatro" com as ameaças de demissão.
O PSD insiste que o que foi aprovado na comissão parlamentar de Educação e Ciência, com o apoio de todos os partidos à exceção do PS, foi apenas a contabilização do tempo todo dos professores e não o prazo para que venha a acontecer. A proposta do PSD até dizia "dentro das balizas do programa de estabilidade".
Ou seja, o direito fica constituído a partir de 2020 - altura em que já estarão repostos os dois anos, nove meses e dois dias já aprovados pelo governo - para sujeitar a negociação o remanescente do tempo total de nove anos, quatro meses e dois dias. Para o PSD a "materialização fica dependente de negociação e de condições financeiras para tal.
Esta posição sempre foi defendida publicamente por Rui Rio.