Crimes sexuais contra menores mais do que triplicaram no 1.º semestre
Os inquéritos de crimes sexuais contra menores mais do que triplicaram no primeiro semestre do ano, face a igual período de 2015, na área da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), segundo aquele organismo do Ministério Público.
Nos primeiros seis meses do ano, registou-se igualmente um significativo aumento dos processos entrados por negligência na prestação de cuidados de saúde, que duplicaram em relação ao mesmo período de 2015, e crimes fiscais, que aumentaram 41 por cento.
O memorando semestral, assinado pela procuradora geral distrital, Maria José Morgado, refere que foram instaurados, entre janeiro e junho, 496 inquéritos por crimes sexuais contra menores na área da PGDL, enquanto nos mesmos meses de 2015 tinham dado entrada 128 processos.
Nos primeiros seis meses do ano, a área da PGDL registou 43 processos por negligência na prestação de cuidados de saúde, contra os 21 casos verificados no mesmo período de 2015.
O documento, que faz um balanço da atividade do Ministério Público (MP) na área da PGDL, adianta que foram instaurados 1383 inquéritos por crimes fiscais, mais 41% do que no mesmo período de 2015.
Embora de menor significado, verificou-se também um aumento dos inquéritos entrados por violência por agente de autoridade (mais 36%), contra agente de autoridade (mais 10%) e por violência doméstica (mais 8%), indica a PGDL.
De acordo com o mesmo documento, a violência doméstica continua a ser o crime com mais processos instaurados na área da PGDL, tendo-se registado um total de 5578 inquéritos.
Por sua vez, os crimes que registaram uma descida, nos primeiros seis meses do ano, foram contra profissionais de saúde (menos 54%), contra pessoas vulneráveis (menos 18%) e a violência em comunidade escolar (menos cinco).
Também os processos entrados no distrito judicial de Lisboa por crimes de corrupção e afins sofreram uma ligeira diminuição (menos quatro por cento), tendo dado entrada 194 inquéritos entre janeiro e junho, contra os 203 do mesmo período do ano passado.
No entanto, o documento destaca que se verificou, no primeiro semestre, um "acentuado aumento dos valores monetários envolvidos" nos crimes económicos contra o Estado e corrupção e afins (cerca de 11,3 milhões de euros).
O valor monetário dos inquéritos analisados totalizaram quase 50 milhões, nos primeiros seis meses do ano, enquanto, no período homólogo de 2015, o montava ultrapassava os 38 milhões.
Fazem parte da PGDL as comarcas de Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste, Madeira e Açores.