Criança de 10 anos utilizada em ataque terrorista na Nigéria

Engenho explosivo detonado à distância causou 19 mortos. Atentado corresponde a tipo de ações dos islamitas do Boko Haram. Entre 2011 e 2014, os radicais terão feito 16 mil vítimas mortais. Metade são civis.
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"O corpo ficou completamente despedaçado. Por causa da potência do explosivo que tinha preso à cintura, a parte de cima foi projetado a mais de 500 metros de distância". A descrição feita por fonte das forças de segurança nigerianas de quem transportava a bomba que explodiu ontem um mercado na cidade de Maiduguri, acrescenta um detalhe aterrador: uma jovem aparentando não ter mais de dez anos levava consigo o engenho explosivo. Este foi detonada à distância e causou, pelo menos, 19 mortos, segundo os media deste país da África ocidental.

O ataque ao mercado de Maiduguri, capital do estado de Borno, no nordeste do país, corresponde ao padrão habitual das ações suicidas da milícia islamita radical Boko Haram, que pretende transformar Borno e as regiões adjacentes num Estado islâmico. A inquietação que pairava na Nigéria era se a bombista seria ou não uma das centenas de crianças e adolescentes do sexo feminino raptadas pelo Boko Haram em 2014.

O ataque ao mercado da capital do estado de Borno é o terceiro desde finais de 2014. Um primeiro, a 25 de novembro, vitimou 45 pessoas; o segundo, a 3 de dezembro, matou seis pessoas. Em ambos os casos, foram duas bombistas suicidas a realizar os atentados. O número de vítimas dos dois atentados é, todavia, diminuto comparado com as pessoas mortas nos últimos sete dias noutra região de Borno, Baga, onde os islamitas lançaram um ataque surpresa a uma base militar que ocuparam há uma semana, num revés para as forças governamentais.

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