"Temos de evitar a todo o custo andar para trás." "Vivemos uma fase perigosa, de ilusão que o pior já passou." "Temos de ter muito cuidado." "O grau de confinamento voluntário tem vindo a diminuir". "Não podemos correr riscos.".Não faltaram avisos do chefe do Governo para justificar a necessidade de manter as medidas de confinamento geral desencadeadas no início do ano, esta tarde, após mais uma reunião do Conselho de Ministros..Contudo, a sua mensagem não pareceu coincidir exatamente com a do Presidente da República, ontem, no que toca à cronologia do desconfinamento..Enquanto Marcelo disse que "a Páscoa [4 de abril] será um marco" que poderá marcar o início de um desconfinamento, António Costa deixou no ar a hipótese de que isso poderá já acontecer duas semanas antes - pelo menos no sistema de ensino -, ou seja, já no final da primeira quinzena de março, quando terminar o estado de emergência que vai entrar em vigor (16 de março): "Encerramento das escolas foram a última medida que tomámos e será natural que reabri-las seja a primeira medida a tomar no desconfinamento."."Tenho, como todos vós, ansiedade em desconfinar. Sei bem os custos destas medidas de confinamento. Estamos empenhados em que nos próximos 15 dias seja possível outra avaliação", afirmou o chefe do Governo..Acrescentando: "Ninguém poderá garantir que no futuro não existirão novas variantes. Estamos numa trajetória de diminuição de novas casos, internados e óbitos, mas devemos persistir nos próximos 15 dias para consolidar e melhorar o que já alcançámos. Ainda precisámos de muito para melhorar, mas percebo a ansiedade de todos. Não queria de forma alguma criar algum tipo de ilusão. É preciso manter tudo como até agora.".De resto, António Costa aproveitou para anunciar que no dia 11 de março apresentará um plano de desconfinamento - e salientando que isso até poderá ter variantes geográficas. O desconfinamento - disse - "será gradual, progressivo, diferenciado consoante setores de atividade e localizações e sempre guiado por critérios objetivos"..Para justificar a necessidade de manter as medidas em vigor, o primeiro-ministro insistiu no argumento de que a atual situação, sendo muito melhor do que a de há quatro semanas, é no entanto quatro vezes pior do que a que Portugal vivia em maio de 2020, quando se deu o primeiro desconfinamento geral.."O compromisso que quero assumir é que a 11 de março nós apresentemos o plano de desconfinamento do país, que como há um ano será gradual e guiado por um conjunto de critérios objetivos que nos permitem ir gerindo a evolução da pandemia", afirmou.."Estamos melhor do que a nossa pior situação, mas estamos pior do que no dia do desconfinamento da primeira vaga (242 novos casos a 4 maio) e quando iniciámos o estado de contingência em setembro (425 casos a 15 de setembro)", acrescentou..Ou, dito ainda por outras palavras: "Temos 2404 internados face aos 813 a 4 de maio e aos 478 a 15 de setembro. Temos 522 internados em UCI, face aos 143 de 4 de maio e 59 de 15 de setembro. Estamos ainda longe de nos podermos comparar da situação em que estávamos quando desconfinamos no ano passado e quando declarámos o estado de contingência.".Consulte aqui o documento apresentado por António Costa.Pelo teor da conferência de imprensa, ficou ainda claro que o PM e o PR mantém o braço de ferro quanto à alteração da lei do ruido..Marcelo quer que a lei seja alterada, no que toca ao ruido permitido nos prédios, como forma de proteção aos que estão em teletrabalho. Contudo, Costa reafirmou que não ira mexer na lei.