O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta quinta-feira que a adesão à União Europeia não é a resposta adequada para "o que a Ucrânia hoje precisa", pois é um processo moroso e imprevisível, e impõe-se agora é uma "resposta urgente e efetiva"..À chegada a uma cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da UE em Versalhes, França, dominada pela agressão militar russa à Ucrânia e a resposta do bloco europeu, e numa altura em que alguns Estados-membros defendem um procedimento rápido para a adesão da Ucrânia -- já formalmente solicitada por Kiev, em 28 de fevereiro -, Costa disse que há várias outras possibilidades de apoiar o país e dar confiança aos ucranianos que não através de um processo "necessariamente demorado, necessariamente incerto".."Nós sabemos por experiência própria: apresentámos o pedido de adesão em (19)77, entrámos em (19)86. [...] Não sei se ainda se lembram que até nós ouvimos aquela canção do «queremos ver Portugal na CEE», porque a certa altura já era mesmo um tema de humor. São processos sempre muito longos", disse o chefe de Governo, recordando que "há países que estão há anos, e anos e anos a negociar e ainda não conseguiram a adesão"..Segundo António Costa, "o que a Ucrânia hoje precisa é de uma resposta urgente e efetiva", e cabe aos 27 serem "imaginativos, dar uma resposta que seja concreta, rápida e que produza o efeito essencial, que é apoiar a reconstrução da Ucrânia, dar confiança aos ucranianos no futuro do seu desenvolvimento económico".."E entre a adesão e o acordo de associação que já existe, há várias hipóteses onde é preciso ser imaginativo e saber trabalhar, para que a resposta seja efetiva, rápida, urgente, e não seja algo que se estenda no tempo", sustentou, apontando também que "é claro que não" há procedimentos rápidos de adesão contemplados nos Tratados..A Eslováquia, vizinha da Ucrânia, anunciou esta quinta-feira que vai propor na cimeira informal de Versalhes um roteiro para que este país possa aderir ao bloco comunitário em cinco anos..O objetivo é que a Ucrânia "alcance a harmonização total da sua legislação e das suas instituições no prazo de cinco anos, para que possa funcionar como um Estado-membro", refere um comunicado do governo eslovaco..Os chefes de Estado e de Governo da UE iniciam quinta-feira em Versalhes uma cimeira de dois dias originalmente consagrada à economia, mas que se focará agora na defesa e energia, por força da ofensiva russa na Ucrânia..Agendada há muito pela atual presidência francesa do Conselho da UE, esta cimeira era dedicada integralmente ao "novo modelo europeu de crescimento e investimento", mas a invasão da Ucrânia pela Rússia, há duas semanas, e as consequências do conflito militar para o bloco europeu impuseram inevitavelmente alterações na ordem de trabalhos do encontro, que já não será exclusivamente de cariz económico..Os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, vão designadamente discutir, no histórico Palácio de Versalhes, formas de reduzir a dependência europeia do petróleo e do gás russo e como lidar com o aumento dos preços da energia.