Costa destaca causas naturais na queda de Portugal em índice ambiental
O primeiro-ministro, António Costa, refutou as críticas do PSD e dos Verdes a propósito do mau desempenho de Portugal no índice de proteção ambiental, assegurando que se deveu a causas naturais e não a políticas.
Isabel Meireles, do PSD, e José Luís Ferreira, dos Verdes, questionaram o primeiro-ministro no debate preparatório do Conselho Europeu a propósito do índice de desempenho das alterações climáticas (CCPI) publicado, nesta terça-feira, que coloca Portugal em 25.º lugar, oito posições abaixo do relatório anterior.
"Creio que leram muitas notícias mas não leram o relatório", disse António Costa na resposta, afirmando que a avaliação se baseia em "dados de 2017", "ano trágico de incêndios" e que culminou "sucessivos anos de seca severa".
"Portanto, causas naturais que não têm a ver com política", disse.
O primeiro-ministro contrapôs que, em matéria política, no mesmo relatório, "nas páginas 16 e 17", "Portugal é colocado no top 3 dos países com melhor politica climática, um dos critérios mais importantes analisados".
"Portanto, no que diz respeito à natureza, a notícia foi má, no que diz respeito às políticas seguidas por este governo, a notícia é boa", afirmou.
O Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2020 (Climate Change Performance Índex, CCPI), divulgado em Madrid no âmbito da cimeira do clima (COP 25), apresenta Portugal na pior posição de sempre, o 25.º lugar, que corresponde a um desempenho médio (era de desempenho alto em 2018).
Também o ministro do Ambiente desvalorizou a queda de Portugal no índice. Considerou que "são dados de 2017", um ano em que houve uma grande seca."Todos nós sabemos já há muito tempo que, para as emissões de 2017, Portugal teve um ano mau", disse João Pedro Matos Fernandes num encontro com os jornalistas portugueses à margem de uma reunião da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.
O responsável governamental explicou que esse "foi o ano dos incêndios, mas, sobretudo, foi o ano da seca", porque os incêndios são um "fenómeno invulgar" que não são contabilizados como todas as outras emissões. "Tenho a certeza absoluta de que no próximo ano os dados vão ser muito diferentes", garantiu Matos Fernandes, acrescentando que o país vai "voltar a ter o lugar destacado" que tinha até agora.