A moção do secretário-geral do PS, divulgada esta sexta-feira, prevê "plataformas de diálogo" com outras forças políticas e independentes nas próximas eleições autárquicas e coloca como princípio a recandidatura dos atuais presidentes de Câmara e de junta socialista..Este é um dos pontos programáticos da moção que António Costa levará ao próximo congresso do PS, entre 03 e 05 de junho, na Feira Internacional de Lisboa (FIL)..Intitulada "Cumprir a alternativa, consolidar e esperança", a moção de António Costa demarca-se da opção da anterior direção socialista de António José Seguro, que deixava as estruturas concelhias a responsabilidade pela escolha dos candidatos às presidências de câmaras e de juntas de freguesia.."O princípio geral será o da recandidatura dos atuais presidentes de Câmara e de Junta de Freguesia", salienta-se no capítulo da moção dedicado à descentralização e reforço das autonomias regionais..Tal como afirmou na quinta-feira António Costa, o PS assume como objetivo nas próximas eleições autárquicas de outubro de 2017 voltar a deter as presidências da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), ou seja, ganhando mais câmaras e freguesias do que qualquer outra força política..No entanto, a direção de António Costa abre a possibilidade de os socialistas se entenderem com outros partidos (implicitamente com o PCP e Bloco de Esquerda), bem como com cidadãos independentes (caso eventual do Porto, com uma recandidatura de Rui Moreira).."Poderão também ser estabelecidas plataformas de diálogo com outras forças políticas, cidadãos independentes e movimentos de cidadãos visando a procura das soluções de governação local que melhor sirvam as populações", salienta-se no documento que o líder socialista vai levar a congresso..Na moção, defende-se que o próximo ciclo autárquico 2017-2021 seja marcado por "uma profunda transformação no modelo de funcionamento da administração pública".."A nossa ambição é fazer do ano 2017 o ano da descentralização e da reforma democrática do Estado", num capítulo em que também se estabelece como meta eleitoral um novo triunfo do PS nas eleições regionais dos Açores em outubro próximo.