Costa abre ao público os jardins de São Bento todos os domingos
O primeiro-ministro anunciou hoje que os jardins da sua residência oficial, em São Bento, vão abrir ao público todos os domingos a partir de junho, medida que contará com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.
António Costa fez este anúncio tendo ao seu lado o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, num momento em que era escutado por centenas de pessoas que aproveitaram a abertura de portas da residência oficial do primeiro-ministro para visitar este espaço.
A meio da tarde, já depois de ter assistido a várias atuações musicais incluídas no programa cultural preparado para assinalar o 25 de Abril na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa deixou breves palavras para salientar a importância da abertura das instituições democráticas aos cidadãos.
"A democracia recorda-nos que o poder reside no povo e é exercido em nome do povo. É importante que todos sintam que estes locais de trabalho dos órgãos de soberania não são dos órgãos de soberania, são vossos, são do povo, dos cidadãos - e foi isso que quisemos transmitir abrindo as portas da residência oficial de São Bento neste 25 de Abril", declarou o primeiro-ministro.
Na mesma intervenção, o primeiro-ministro anunciou que o Governo fez um acordo com a Câmara Municipal de Lisboa para que os jardins de São Bento estejam abertos todos os domingos a partir de junho.
Numa nota de humor, António Costa passou depois a fatura dos custos de manutenção "para o cuidado e responsabilidade" da Câmara Municipal de Lisboa.
"Nós temos um Programa de Estabilidade para cumprir. Portanto, é preciso que a Câmara de Lisboa assegure a abertura destes jardins ao domingo", disse também, quando já se ouviam sonoras gargalhadas de Fernando Medina, que ainda comentou: "Essa parte não estava prevista".
Mais a sério, o autarca da capital agradeceu ao primeiro-ministro a "oportunidade que deu à cidade de dispor de mais um espaço aberto para que todos possam visitar, frequentar e conhecer".
"A data escolhida [para anunciar a abertura dos jardins] tem um grande simbolismo, porque poucas coisas poderíamos fazer neste dia que tão bem demonstrasse a aproximação dos cidadãos à política e às suas instituições", afirmou o presidente da Câmara de Lisboa.
Após ter estado presente na sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, António Costa chegou à residência oficial do primeiro-ministro depois do almoço, por volta das 15:25, já quando as portas estavam abertas ao público e numa altura em que as pessoas formavam filas de várias centenas de metros no exterior, aguardando vez pelo controlo de segurança antes de entrarem neste edifício de São Bento.
Uma mulher de meia-idade desabafou isso mesmo logo que encontrou António Costa na parte frontal da residência: "Nem sabe o que passei até entrar aqui", disse, numa alusão ao longo tempo de espera, quase sempre debaixo de um sol intenso.
António Costa tirou centenas de fotografias de grupo com cidadãos de todas as idades, cumprimentou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o vice-presidente da bancada socialista Pedro Delgado Alves, que também se associaram ao programa, e experimentou juntamente com um grupo de idosos grafitar uma tela com motivos alusivos ao 25 de Abril.
Numa dos momentos mais fortes em termos de imagem, o primeiro-ministro e o presidente da Câmara de Lisboa subiram por uma estreita escadaria de uma das partes relvadas dos jardins, onde estavam plantadas várias centenas de cravos vermelhos.
António Costa e Fernando Medina colheram dois desses cravos e depois, com cada um numa das mãos, ergueram-nos em sinal de homenagem à revolução de 25 de Abril de 1974.