Corpo da jovem turista franco-irlandesa encontrado na Malásia
A polícia malaia anunciou esta terça-feira que foi encontrado o cadáver da adolescente franco-irlandesa Nora Quoirin, desaparecida há dez dias na Malásia, a dois quilómetros e meio do hotel onde estava hospedada com a família.
De acordo com a BBC, os pais da jovem confirmaram a identidade do corpo, revelaram as autoridades. O responsável pela polícia da Malásia disse, segundo a BBC, que Nora foi encontrada numa área bastante montanhosa, sem roupas e junto a um curso de água numa zona de selva.
As buscas para a encontrar prolongaram-se por dez dias e envolveram cerca de 350 polícias, bombeiros, mergulhadores e voluntários, apoiados por helicópteros. Segundo a polícia, o corpo foi descoberto por voluntários registados junto das autoridades numa zona onde já tinham sido feitas buscas.
O cadáver foi transportado de helicóptero para a morgue do hospital, onde foi identificado e deverá ser autopsiado. O comandante adjunto da polícia nacional malaia, Mazlan Mansor, disse que a polícia continua a tratar o caso como um desaparecimento, apesar de os familiares da rapariga terem colocado a hipótese de rapto.
Os pais, Meabh, irlandesa, e Sébastien, francês, elogiaram os esforços das autoridades para encontrar a filha e ofereceram uma recompensa de 50.000 ringgit (cerca de 10.500 euros) por informações, compensação financiada por uma empresa irlandesa.
Eram 8 horas da manhã e a janela do quarto estava aberta. O pai de Nora Quoirin deu conta do desaparecimento da adolescente do seu quarto, no resort Dusun, na Malásia, no domingo de manhã. A família partiu imediatamente do princípio que ela tinha sido raptada. As buscas prosseguem desde então, com cerca de 150 agentes. A polícia mobilizou um helicóptero e cães pisteiros e avançou para a selva.
Nora Quoirin, de 15 anos, tinha necessidades especiais e era filha de um casal franco-irlandês que vive em Londres há cerca de 20 anos. O casal e os três filhos (Nora e dois irmãos mais novos) chegaram à Malásia no sábado, para duas semanas de férias no "paraíso" de Dasun, um pequeno resort no sul do estado de Negeri Sembilan, a cerca de 63 quilómetros de Kuala Lumpur.
Em declarações à BBC, Aisling Agnew, tia de Nora, explicou que a rapariga tinha algumas dificuldades de aprendizagem: "Ela não saberia pedir ajuda", garantiu. Outra amiga da família declarou: "A Nora nunca iria passear sozinha".
O resort tem capacidade para receber apenas 20 adultos em sete casas. Haanim Bamadhaj, porta-voz do empreendimento turístico, afirmou que todo os funcionários estão chocados com o caso e há até outros turistas que participaram nas buscas.
A organização Lucie BlackmanTrust, que ajuda os cidadãos britânicos no estrangeiro, publicou um apelo nas redes sociais, com a fotografia de Nora. "Esta é uma jovem rapariga, muito frágil, que se encontra desaparecida num país que não conhece", alertou Matthew Searle, presidente do Lucie BlackmanTrust. "Ela está desaparecida há mais de 24 horas e é imperativo que todos os recursos possíveis sejam disponibilizados para encontrá-la."
O chefe de polícia do distrito, Mohamad Nor Marzukee Besar, afirmou que as equipas de resgate vasculharam as áreas em redor do resort até à madrugada de terça-feira, mas não encontraram nenhuma pista que permitia perceber o que aconteceu com a adolescente. Besar explicou que a operação envolveu mais de 150 pessoas e foi retomada na manhã seguinte, com um helicóptero e cães pisteiros, numa busca expandida à densa selva de Berembun, que fica mesmo ao lado do resort.
A polícia tinha dito anteriormente que não havia indícios de crime relativamente ao desaparecimento de Nora Anne Quoirin do eco-resort Dusun, no sul do estado de Negeri Sembilan.
O vice-chefe da polícia de Negeri Sembilan, Che Zakaria Othman, adiantou que uma equipa forense está a analisar as impressões digitais encontradas na casa de onde a rapariga desapareceu, mas escusou-se a dar mais detalhes.
Ainda assim, o vice-chefe da polícia esclareceu que era a janela da sala de estar do andar térreo que estava aberta, e não a do quarto, no andar de cima, onde a adolescente dormia com os dois irmãos.
Che Zakaria Othman não adiantou se a janela estava aberta do lado de fora ou de dentro, lembrando que a investigação está em curso. Os pais estavam noutro quarto, também no andar de cima.