Coronel que liderou Comandos foi constituído arguido

Dores Moreira é acusado de falsificação de provas, no curso que levou à morte de dois instruendos
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O ex-comandante do Regimento dos Comandos, coronel Filipe Carvalho Dores Moreira, foi constituído arguido por falsificação de provas, avança este sábado o jornal Público. Em causa está a autenticidade de um guião da Prova Zero, distribuído no curso em que morreram os instruendos Hugo Abreu e Dylan da Silva, em setembro de 2016.

De acordo com o jornal, que cita o despacho de acusação dos 19 arguidos que foram a julgamento pelos crimes de abuso de autoridade e ofensa à integridade física, o guião entregue pelo Regimento dos Comandos às autoridades judiciárias não corresponde ao documento que foi distribuído aos oficiais instrutores. O primeiro previa um consumo mínimo diário de água, na Prova Zero do Curso 127 dos Comandos, de cinco cantis, o que segundo a Procuradora, não correspondia à verdade - "em todos os cursos anteriores estava previsto um consumo mínimo diário de água de três cantis e era essa a quantidade que constava efetivamente do guião entregue aos oficiais instrutores". Cândida Vilar mandou, por isso, extrair uma certidão, dando início a uma investigação que resultou agora na acusação de falsificação de provas a Dores Meira.

O curso 127 dos Comandos levou à morte dos recrutas Hugo Abreu e Dylan da Silva, ambos de 20 anos, que de acordo com a autópsia foram vítimas de falência de órgãos causada por golpe de calor e desidratação extrema. O julgamento dos 19 militares acusados continua a decorrer.

Dores Meira deixou de ser comandante do regimento da Carregueira em julho de 2017.

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